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Na Record, Bolsonaro diz que sua campanha não dissemina fake news

Candidato do PSL e líder nas pesquisas disse que não dissemina notícias falsas e que não terminará com o 13º salário

Bolsonaro: candidato também insinuou que a facada que recebeu em Juiz de Fora (MG), pode ter sido um atentado político (Record/Reprodução)

Bolsonaro: candidato também insinuou que a facada que recebeu em Juiz de Fora (MG), pode ter sido um atentado político (Record/Reprodução)

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Clara Cerioni

Publicado em 4 de outubro de 2018 às 23h59.

Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 09h31.

São Paulo - Em entrevista à Rede Record, nesta quinta-feira (4) o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, disse que sua campanha não dissemina fake news (notícias falsas) e que não pode se responsabilizar pelo o que seus seguidores publicam.

"Nossas redes sociais são administradas e publicamos somente verdades. Mas, é difícil controlar o que nossos seguidores postam. E, reitero, não pregamos as fake news. Mas, é duro combater o que os militantes do PT fazem nas redes sociais. Não publicamos mentiras", disse Bolsonaro.

A entrevista foi transmitida ao mesmo tempo em que acontecia o debate presidencial da Rede Globo, da qual ele não participou por orientação médica.

A entrevista foi questionada juridicamente pela questão da isonomia nas campanhas e também por ter sido na emissora controlada por Edir Macedo, que acaba de declarar apoio público ao candidato.

Segundo Bolsonaro, as acusações que fazem contra a sua pessoa, de ser homofóbico, racista e contra as mulheres são mentiras propagadas nas redes sociais.

"Onde tem um vídeo meu falando que sou racista? Meu sogro é negro. Minha filha tem sangue negro nas veias. Onde está um vídeo falando que sou contra nordestino? Minha filha tem sangue nordestino. Onde ataco as mulheres? É preciso dizer que no vídeo em que falo com a deputada Maria do Rosário (PT), tem que ser contextualizado. Se perdi a cabeça, me desculpe", afirmou o candidato do PSL.

Em 2014, Bolsonaro afirmou que Maria do Rosário não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia" e a petista não faz o "tipo" dele. Por essa mesma declaração, candidato foi condenado pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pagar indenização de R$ 10 mil à petista por danos morais, mas recorreu.

A entrevista foi interrompida duas vezes para que ele se recuperasse. Segundo ele, por ordens médicas, não pode falar por mais de 15 minutos. "Quero unir o Brasil. Não dissemino o ódio como propagam. Não sou homofóbico. Jamais ofendi um homossexual. Não sou corrupto. Não fui comprado pelo PT. Somos a favor da família", afirmou.

Bolsonaro negou, ainda, que em seu plano de governo está acabar com o 13º salário, diante de declarações críticas do seu companheiro de chapa, o general Hamilton Mourão. Segundo ele, foram mal interpretadas.

"Em um momento delicado como esse, qualquer declaração desse tipo é mal interpretada. E o PT pegou isso e já falou que vamos acabar com o 13º salário. O PT pregou isso. E isso é mentira. O Mourão disse que era jabuticaba na estrutura da legislação, que somente tem isso aqui no Brasil", disse.

"O PT usa pequenos detalhes para dizer que eles estão a favor dos direitos dos trabalhadores e nós não", ressaltou Bolsonaro.

Bolsonaro também questionou as conclusões preliminares da investigação da facada que recebeu em Juiz de Fora (MG), que concluíram que Adélio Bispo tem problemas mentais e agiu sozinho:

"Não queremos culpar ninguém, queremos buscar a verdade. Mas, um ato como esse não pode ter vindo da cabeça de uma pessoa isolada. A política não pode descambar desse jeito", disse.

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