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Na estreia como candidato ao Senado, Datena enquadra aliados

O apresentador filiado ao DEM disse que aceitou estar ao lado de "tanta gente que mete o pau" porque, apesar disso, existem bons quadros em todo lugar

Datena: "Vocês podem ter um político de péssima qualidade, uma porcaria de político, mas vão ter um cara que vai ser honesto com vocês" (Facebook/Reprodução)

Datena: "Vocês podem ter um político de péssima qualidade, uma porcaria de político, mas vão ter um cara que vai ser honesto com vocês" (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2018 às 15h37.

São Paulo - O apresentador José Luiz Datena mal se lançou na política e já mostrou que não vai economizar no discurso, mesmo que isso signifique questionar diretamente a gestão de seus próprios aliados.

Em sua estreia ao microfone como candidato ao Senado pelo DEM, Datena não economizou nas críticas à segurança pública, citando especificamente a situação observada em São Paulo, Estado governado há décadas pelo PSDB João Doria e Geraldo Alckmin.

"O crime organizado no Brasil, e mais especificamente o PCC, criado em São Paulo, é a organização criminosa que mais cresce no mundo inteiro. Se é a que mais cresce, significa que o sistema de segurança pública de São Paulo, do Brasil, está falido", afirmou Datena. O apresentador vai integrar a chapa encabeçada pelo próprio Doria, ex-prefeito de São Paulo.

Datena disse estar presente na cerimônia "a contragosto pra caramba", por conta da morte do empresário do setor de restaurantes Toninho Buonerba, de quem é amigo.

Mas explicou que não abria mão de cumprir um compromisso com a família e os eleitores. "Vocês podem ter um político de péssima qualidade, uma porcaria de político, mas vão ter um cara que vai ser honesto com vocês", acrescentou.

"Estamos fartos de mentira. Queremos acreditar que essa classe política chegou ao limite e que façam desse País um grande País, pensando do povo e para o Povo, e não do bolso e para o bolso", destacou em outro trecho do discurso.

O apresentador disse que aceitou estar ao lado de "tanta gente que mete o pau" porque, apesar disso, existem bons quadros em todo lugar. "Se a gente não acreditar nisso, o próximo passo vai ser um regime de exceção". Mas deixou claro que não pretende mudar seu jeito. "Tem cara que faz parte da coligação e que me odeia."

Datena criticou os políticos que defendem a reforma da Previdência, antes da reforma política. A afirmação foi feita ao lado de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e pré-candidato do DEM à Presidência. Ele disse ainda que ficou "desesperado" quando o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa desistiu de concorrer, porque considera necessário renovar a política.

Participaram do evento o ministro de Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), os deputados Rodrigo Maia e Rodrigo Garcia (DEM) e o prefeito Bruno Covas (PSDB), entre outros. O presidente do PRB, pastor Marcos Pereira, que integra a coligação, não compareceu nem colocou representante na mesa.

Votos

Datena deixou o local sem responder a perguntas da imprensa, alegando que precisava ir ao velório de seu amigo, que faleceu ontem. Aos jornalistas, Doria minimizou as críticas de Datena e disse que sua sinceridade é "tão grande quanto o número de votos que vai ter". "Não vamos mudar o jeito Datena de ser. Ele terá a maior votação ao Senado da história", garantiu.

Doria também negou que exista qualquer tipo de atrito dentro da coligação por causa da chegada do apresentador de TV.

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