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Mundo requer escuta, não adianta dar ordem, diz FHC sobre greve

O ex-presidente tucano defendeu a criação de instrumentos para ouvir as pessoas e afirmou que o país precisa de "autoridade" e não de "autoritarismo"

O presidente Michel Temer anunciou ontem (27) medidas para reduzir o preço do diesel, mas a greve continua (Tania Rego/Agência Brasil)

O presidente Michel Temer anunciou ontem (27) medidas para reduzir o preço do diesel, mas a greve continua (Tania Rego/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2018 às 13h52.

São Paulo - Nesta segunda-feira, 28, quando a greve dos caminhoneiros entra no seu 8º dia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que a situação exige "escuta" e que as coisas não se resolvem com autoritarismo. Durante palestra na capital paulista sobre o modelo de Organizações Sociais, o tucano afirmou que uma autoridade só se torna efetiva pelo seu "desempenho", e não por sua posição.

"Nessa greve dos caminhoneiros, a chefia é móvel, não se sabe qual é o grupo que comanda. Eles têm contato imediato, todo o País está sabendo imediatamente o que aconteceu. O governo reage, vai para a televisão, ou vai para a internet, todos ficam sabendo imediatamente. Qual vai ser a reação? É um mundo que requer escuta, não adianta você dar ordem", declarou o ex-presidente, ao falar do que chamou de mundo contemporâneo. "Tem que escutar para saber de que lado as coisas vão e tem que ver se você é capaz ou não de obter algum apoio à sua posição."

Ao ser perguntado por jornalistas se o governo errou ao tentar administrar a situação, Fernando Henrique não quis responder e disse que precisava de mais tempo para avaliar a situação.

No domingo, 27, o presidente Michel Temer anunciou medidas para reduzir o preço do diesel e atender demandas dos caminhoneiros. A paralisação, porém, continua nesta segunda-feira.

Ao falar sobre o que classificou como sociedade contemporânea , Fernando Henrique Cardoso cobrou a necessidade de se criar instrumentos para ouvir as pessoas. Comentando sobre segurança pública, o tucano afirmou que o País precisa de "autoridade", e não de "autoritarismo". "Não podemos deixar que isso vire caos, nem violência", declarou.

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