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Mulheres são a principal frente de resistência contra Bolsonaro

Das mulheres, que representam 52,5% dos 147,3 milhões de eleitores brasileiros, apenas 13% votariam no Bolsonaro, enquanto 43% dizem que nunca o fariam

Bolsonaro: o candidato à presidência do PSL aparece em 1º lugar nas pesquisas em um cenário sem o ex-presidente Lula (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: o candidato à presidência do PSL aparece em 1º lugar nas pesquisas em um cenário sem o ex-presidente Lula (Adriano Machado/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 15h37.

Última atualização em 29 de agosto de 2018 às 16h36.

O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, em primeiro lugar nas pesquisas para as presidenciais do Brasil em um cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também é a personalidade que gera o maior nível de rejeição, em particular entre as mulheres.

Bolsonaro, conhecido por seus ataques às minorias, tem 19% das intenções de voto nas eleições de 7 de outubro, atrás de Lula (39%), e ficaria em primeiro lugar se a Justiça impugnasse a candidatura do líder da esquerda, que cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção.

Assim, o deputado de 63 anos e capitão da reserva do Exército parece ter a sua participação assegurada no segundo turno.

Mas, nesse caso, seria derrotado por qualquer um de seus eventuais adversários, segundo uma pesquisa Datafolha publicada na semana passada.

Isso se deve ao fato de o índice de rejeição de Bolsonaro ser o maior dos 13 candidatos: 39% dos pesquisados asseguraram que não votariam nele "de maneira nenhuma".

As mulheres, que representam 52,5% dos 147,3 milhões de eleitores, constituem a principal barreira ao voto "bolsonarista". Apenas 13% votariam nele e 43% nunca o fariam.

Difícil dizer que o candidato não tenha ganho essa rejeição.

Em 2014, se referiu à deputada do Partido dos Trabalhadores Maria do Rosário dizendo que ela "não merecia ser estuprada". "Não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria", reiterou depois em declarações à imprensa, antes de alegar que a sua frase havia sido irônica e que estava respondendo a acusações anteriores.

Naquele mesmo ano afirmou que "as mulheres têm que ganhar menos porque engravidam".

"Bolsonaro não vai ganhar, mas basta ter uma intenção de voto como essa para se ver que o país vai muito mal. A esperança é o voto feminino, felizmente, muito contra esse triste personagem", declarou à AFP Ruy Fausto, professor emérito da Universidade de São Paulo e autor de "Caminhos da esquerda: Elementos para uma reconstrução".

Entre os grupos com maior intenção de voto por Bolsonaro figuram os menores de 24 anos (24%) e a população com ensino superior (27%), que, paradoxalmente, são os que mostram também o maior índice de rejeição pelo candidato (46% em ambas as categorias afirmam que nunca votariam nele).

Por nível de renda, conta com maior apoio entre os que ganham mais de cinco salários mínimos (32%), e o maior índice de rejeição entre os que ganham menos de dois (41%).

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