Ministério da Fazenda: o ato é um protesto contra os cortes de recursos destinados a programas sociais do governo federal (Arquivo/Editora Abril)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2015 às 11h28.
Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam na manhã de hoje (23) o prédio do Ministério da Fazenda na capital paulista.
Os manifestantes começaram a se concentrar por volta das 9h em frente à Estação da Luz, na região central da cidade. Após uma curta passeata, o grupo interrompeu o trânsito na Avenida Prestes Maia e tomou as escadas e o saguão de entrada do edifício.
A ação está sendo coordenada para ocorrer simultaneamente em outras capitais do país, inclusive em Brasília, onde ocuparam a sede do Ministério da Fazenda, na Esplanada, às 9h.
Segundo o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, o ato é um protesto contra os cortes de recursos destinados a programas sociais do governo federal.
“Ocorreram cortes brutais nas áreas sociais, inclusive de moradia, que ameaçam o Programa Minha Casa, Minha Vida para 2016. Por conta disso, o MTST resolveu, hoje, fazer uma jornada contra os cortes. Colocando que, para nós, o ajuste fiscal tem que ser revolvido taxando o andar de cima, não cortando de quem já não tem”, disse durante a manifestação.
Do alto do carro de som, Boulos incentivou os militantes a entrar no edifício e aproveitar o ar-condicionado. No horário, a temperatura medida pelo Centro de Gerenciamento de Emergências era de 28 graus Celsius.
De acordo com o coordenador do movimento, os manifestantes devem permanecer ocupando os prédios até que haja alguma interlocução com representantes do ministério.
A principal demanda do movimento é a manutenção do ritmo das obras e contratações do Minha Casa, Minha Vida. De acordo com Boulos, o montante apresentado no orçamento, de R$ 15 bilhões, permite, além da continuidade das obras em andamento, a contratação de menos de 200 mil novas unidades.
“A nossa reivindicação mais específica é a garantia de orçamento para o Minha Casa, Minha Vida 3, com prioridade para os empreendimentos de entidades.”
Caso não haja avanços na negociação com o governo, o movimento pretende fazer mais protestos. “Hoje, é a primeira resposta a esse pacote que foi apresentado. Se o governo permanecer na sua posição de corte, com o tacão do ajuste fiscal no lombo dos mais pobres, essa vai ser a primeira de muitas”, disse Boulos.