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MST não dá prazo para sair da fazenda de Ricardo Teixeira

O grupo de integrantes do movimento protesta "contra a corrupção", "contra o golpe" e "pela reforma agrária"

MST: "Hoje é o dia de luta dos trabalhadores rurais" (Ricardo Teixeira/MST/Twitter/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de julho de 2017 às 17h57.

Piraí - Acampados desde o início da manhã desta terça-feira, 25, na entrada da Fazenda Santa Rosa, de propriedade do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, um grupo de integrantes do Movimento dos Sem Terra ( MST ) protesta "contra a corrupção", "contra o golpe" e "pela reforma agrária".

Os organizadores do ato dizem que são 300 famílias - número aproximado de pessoas que estavam no local no início da tarde - e que não há previsão para o término da invasão.

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"Estamos aqui nessa ocupação, na fazenda do Ricardo Teixeira, porque hoje é o dia de luta dos trabalhadores rurais", afirmou Nalva Moreira, da coordenação nacional do MST.

Localizada em Piraí, no sul fluminense, a fazenda foi invadida por volta das 6h da manhã. Os integrantes do movimento picharam um portão de acesso com frases como "Terra de corrupto pra reforma agrária", "Fora Temer", "Fora Ricardo Teixeira" e "Nenhum direito a menos".

Segundo um funcionário do local, eles tentaram chegar à casa que funciona como sede, mas depois o grupo recuou e montou acampamento na entrada da fazenda.

Policias militares da região acompanham de longe a invasão. Segundo os sem-terra, não houve nenhum tipo de tensão desde que chegaram ao local. O grupo não deu prazo para desocupação.

"Somos um movimento que luta pela reforma agrária, luta pela terra. Estamos num momento em que nosso País passa por um golpe de Estado. Estamos vivendo nesse momento em que muita corrupção está aparecendo. Esta fazenda do Ricardo Teixeira é lavagem de dinheiro, e queremos que o Poder Judiciário tome uma atitude", disse Nalva Moreira.

Jornada nacional

Segundo o MST, a ocupação das terras faz parte da jornada nacional de luta pela reforma agrária com o lema "Corruptos, devolvam nossas terras!".

Em comunicado, o movimento disse que o grupo está "lutando pela desapropriação de terras para assentar mais de 130 mil famílias e nela produzir alimento saudável na agroecologia e gerar empregos no campo".

Além da fazenda de Teixeira, houve invasão também de propriedades do Grupo Amaggi, pertencente à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em Rondonópolis (MT), e da fazenda Esmeralda, em Duartina (SP), registrada como sede da empresa Argeplan (Arquitetura e Engenharia Ltda), do empresário João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer.

O líder do MST, João Pedro Stédile, em vídeo nas redes sociais, defendeu as ações dos sem-terra, de começar a ocupar as propriedades de corruptos, "que roubam dinheiro público para comprar terras".

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