MP requer vídeos da prisão onde Garotinho diz ter sido agredido
Por não conseguir comprovar a acusação de agressões, Garotinho acabou punido e transferido para Bangu 8, no Complexo de Gericinó
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 22h05.
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) requereu formalmente à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) as imagens de vídeo gravadas na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) alegou ter sido agredido na madrugada da última sexta-feira, 24.
Por não conseguir comprovar a acusação, Garotinho acabou punido e transferido para Bangu 8, no Complexo de Gericinó.
A solicitação das imagens partiu após o MP receber denúncia de possível edição do vídeo disponibilizado pela Seap. No ofício, o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Eduardo Gussem, solicita as imagens do período entre 20h do dia 23 às 6h do dia 24 de novembro, período em que Garotinho ficou na cela em Benfica.
O ex-governador foi transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8) na noite da sexta-feira. Pela manhã, ele denunciara ter sido agredido em sua cela por um homem branco, com um taco de beisebol. O desconhecido teria atingido o ex-governador em um dos joelhos e em um dos pés e teria feito ameaças usando uma pistola.
O agressor teria dito ainda que Garotinho "falava demais". O ex-governador deu queixa na 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso) e fez exames no Instituto médico-legal.
No mesmo dia, a Seap afirmou por meio de nota que não encontrara provas da agressão alegada pelo ex-governador. "O interno se encontrava sozinho em uma galeria composta por nove celas todas vazias", informou o órgão.
"A Seap ressalta que examinou as imagens das câmeras da unidade que não detectaram presença de qualquer pessoa ou estranhos na galeria onde se encontra o detento que pudessem causar tais lesões."
A secretaria declarou na ocasião que a transferência para Bangu 8 era uma punição a Garotinho por ele não ter comprovado as agressões.
Procurada pela reportagem para se pronunciar sobre a exigência do MP, a Seap não tinha respondido até o início da noite desta terça, 28.