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MP: é Lula; Bolsonaro ameaça…

“Comandante máximo” O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato por suposto recebimento de vantagens indevidas no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo. Acompanham o petista no processo mais sete investigados, entre eles sua esposa, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, e o ex-presidente […]

A APRESENTAÇÃO DO MP: segundo a denúncia, Lula é o “comandante máximo” do esquema de corrupação / Reprodução
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 19h00.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h40.

“Comandante máximo”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato por suposto recebimento de vantagens indevidas no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo. Acompanham o petista no processo mais sete investigados, entre eles sua esposa, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, empresa acusada de custear reformas no apartamento. O procurador Deltan Dallagnol disse em coletiva de imprensa que o MPF tem provas de que Lula era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava-Jato” e teria recebido apenas da empreiteira OAS cerca de 3,7 milhões de reais em vantagens indevidas.

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3,7 mi para Lula

Foram 2,4 milhões de reais em reformas e 1,3 milhão de reais pela mudança de acervo da Presidência após o término do mandato de Lula. Os procuradores detalharam também que a figura do ex-presidente representa o centro de um esquema para manter a governabilidade durante seu mandato, a perpetuação no poder pelo poder econômico do partido e o enriquecimento pessoal ilícito. Os crimes que integram a denúncia desta quarta-feira somam 87,6 milhões de reais. “O PT e, particularmente, Lula eram os principais beneficiários dos esquemas criminosos de macrocorrupção no Brasil”, afirmou o procurador. A denúncia foi encaminhada para apreciação do juiz federal Sergio Moro. Não se confirmou se há nas diligências um pedido de prisão.

Na fila

Procuradores ainda devem montar denúncias contra Lula por outros dois inquéritos abertos. Por razões muito próximas, há investigação sobre a posse de um sítio em Atibaia, em São Paulo, atribuído como patrimônio ocultado por sócios de seu filho, e a licitude de palestras concedidas por Lula a empreiteiras e empresas envolvidas na Lava-Jato, com dinheiro advindo do esquema. O ex-presidente nega todas as acusações.

Resposta

O Instituto Lula usou as redes sociais do ex-presidente para responder às acusações. “Desde 30 de janeiro de 2016, Lula tornou públicos os documentos que provam que ele não é o dono de nenhum apartamento no Guarujá”, afirma post no Facebook. “Lula esteve apenas uma vez no edifício, quando sua família avaliava comprar o imóvel. Jamais foi proprietário dele nem sequer dormiu uma noite no suposto apartamento que a Lava-Jato desesperadamente tenta atribuir ao ex-presidente.” Em entrevista coletiva no fim da tarde, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que a força-tarefa promoveu um “improvável espetáculo judicial e midiático”.

Direitos mantidos

O presidente Michel Temer negou que o governo esteja prestes a cortar conquistas dos trabalhadores com a reforma trabalhista, dizendo que a equipe não é “tão idiota” de chegar ao poder e restringir tais direitos. O peemedebista fez um apelo aos parlamentares da base aliada no Congresso para que refutem a tese em discursos da tribuna, além de defender que o teto de gastos não representará cortes em saúde e educação. Sobre a carga de 12 horas, disse que a medida seria apenas para as categorias que aceitassem em comum acordo, com folgas devidamente estabelecidas.

Bolsonaro ameaça

A sessão da Câmara desta quarta-feira foi destinada à discussão sobre violência contra a mulher. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) compareceu ao plenário e foi criticado pela vice-presidente da OAB do DF, Daniela Teixeira, que defendeu sua condenação em processo aberto contra ele por incitação ao estupro. A presidente da Mesa, deputada Maria do Rosário (PT-RS), ignorou o pedido de resposta de Bolsonaro e passou a fala adiante. Revoltado, o deputado subiu à Mesa Diretora para protestar aos berros contra a petista, mas foi contido pelos pares. Teixeira pediu escolta para sair do plenário por se sentir ameaçada.

“Declarações infundadas”

A nova advogada-geral da União, Grace Mendonça, tomou posse nesta quarta-feira e rebateu as afirmativas de seu antecessor, Fábio Medina Osório, de que o governo pretende barrar a Operação Lava-Jato. As declarações foram dadas em entrevista à revista VEJA neste fim de semana. “São declarações infundadas, que não guardam qualquer tipo de amparo na atuação da casa, que não tem o menor fundamento. (…) Temos uma história dentro da instituição de um trabalho árduo e sério. Não há nenhum desconforto; pelo contrário, há uma alegria muito grande”, disse Grace.

Cadê a merenda?

Um grupo de estudantes que pretendia acompanhar sessão da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo foi dispersado à base de gás de pimenta pela Polícia Militar na manhã desta quarta-feira. O presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB-SP), indicado por delatores como um dos cabeças do esquema, foi ouvido hoje pela comissão. Houve empurrões e bate-boca, com agressão a manifestantes e a um cinegrafista. A PM diz que estudantes “forçaram a entrada” no plenário lotado.

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