MP faz buscas em escritório de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara
Investigação apura supostas irregularidades em contratos de energia elétrica e compras de equipamentos no Paraná
Agência O Globo
Publicado em 16 de setembro de 2020 às 10h25.
Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 15h40.
O Ministério Público do Paraná, com apoio da Polícia Civil, realiza na manhã desta quarta-feira uma operação contra o deputado federal e líder do governo Bolsonaro na Cãmara, Ricardo Barros (PP). Os policiais cumprem um mandado de busca e apreensão em um escritório ligado ao parlamentar em Maringá.
Segundo o "G1", as investigações apuram possíveis fraudes na contratação de energia elétrica. Além do deputado, um empresário de São Paulo também é investigado.
Em agosto, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) informou que criou uma comissão para investigar um suposto caso de corrupção envolvendo a empresa. O esquema foi detalhado na delação premiada firmada por executivos da Galvão Engenharia e teria ocorrido com a participação de Ricardo Barros, que assumiu em agosto a posição de líder do governo na Câmara.
Segundo a agência de notícias Reuters, a estatal paranaense de energia enviou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dizendo que criou a comissão no ano passado, após ter sido notificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a delação premiada.
Em nota enviada à Reuters, Ricardo Barros disse que "a suposta delação não corresponde aos fatos e que provará a sua inocência".
Barros está no sexto mandato como deputado federal e já ocupou o Ministério da Saúde durante o governo Temer. Ele já foi prefeito de Maringá e sua esposa, Cida Borghetti, já foi governadora do Paraná.
Em nota, o deputado federal afirmou que está tranquilo e em total colaboração com as investigações.
"O parlamentar reafirma a sua conduta ilibada , e informa que solicitou acesso aos autos do processo para poder prestar mais esclarecimentos à sociedade e iniciar sua defesa. Ricardo Barros, relator da lei de abuso de autoridade, repudia o ativismo político do judiciário", afirmou em comunicado.