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Movimentos criam site para debater futuro da esquerda no país

Segundo organizadores, o site Vamos! tem como objetivo horizontalizar a discussão e permitir debates abertos à população

Esquerda: o Vamos! prevê três meses de debates (Roberto Parizotti/CUT/Divulgação)

Esquerda: o Vamos! prevê três meses de debates (Roberto Parizotti/CUT/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 19h12.

São Paulo - Um movimento que pretende discutir o futuro da esquerda no país lançou nesta segunda-feira, 14, o site Vamos!, que, segundo os organizadores, tem como objetivo horizontalizar a discussão e permitir debates abertos à população.

Articulado pela Frente Povo Sem Medo e com a participação de nomes tradicionais do PT, do PSOL e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o projeto passou a contar com "pessoas ligadas" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após exclusão de petista no debate.

"Participarão várias pessoas do PT, inclusive ligadas ao presidente Lula. O debate será amplo e contemplará diversas posições políticas", disse Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que faz parte da frente. Questionado sobre a participação direta do petista, Boulos não respondeu.

Segundo a assessoria do ex-presidente, a participação do movimento não está hoje na sua agenda, "que vai começar a caravana pelo Nordeste na próxima quinta-feira".

O Vamos! prevê três meses de debates, transmitidos pela internet e com participação do público por meio do site.

O primeiro será em São Paulo, no próximo dia 26, mas estão previstos encontros no Rio de Janeiro (21-09), Porto Alegre (30-09), Fortaleza (07-10), Belém (28-10), Belo Horizonte (11-11) e Recife (25-11). Boulos afirma, porém, que as eleições em 2018 não estarão em pauta.

"A Frente Povo Sem Medo reúne movimentos de diversas posições políticas e que, possivelmente, vão ter posições diferentes para 2018. Esse debate não está sendo pautado pela agenda eleitoral", disse Boulos, que afirmou que o grupo não tem um nome para apoiar durante o pleito.

"Existe uma indefinição muito grande, principalmente pela tentativa ilegítima de tirar o ex-presidente Lula da disputa no tapetão do Judiciário".

Do PSOL, o projeto espera contar com a participação do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) e do deputado federal Chico Alencar (RJ); já do PT está prevista a participação do senador Lindbergh Farias (RJ) e do ex-ministro Alexandre Padilha.

Vagner Freitas, presidente da CUT, também é aguardado pela organização, assim como representantes do Podemos, partido espanhol, e do bloco de esquerda de Portugal.

"Não há nada sobre autocrítica (da esquerda). Cabe uma discussão sobre o futuro, muito mais do que uma discussão sobre o passado", explica Boulos.

Segundo a organização, o movimento vai trabalhar em cinco frentes: democratização da economia, democratização da política e do poder, território e meio ambiente, questões negras, feministas e LGBT, e comunicação e cultura.

"O movimento é para fazer um amplo debate sobre os próximos passos do campo progressista e para debater um programa para o Brasil. Vão participar movimentos sociais, de redes sociais e pessoas de partidos. Mas o convite não é necessariamente a partidos", disse Pablo Capilé, do Mídia Ninja.

A formação de um partido a partir do movimento, segundo Boulos e Capilé, ainda não está em pauta. Em pauta no Congresso, a possibilidade de candidaturas avulsas, isto é, independentes de partidos, poderá ser discutida, mas os organizadores dizem que não há uma definição sobre o tema.

"Vai ter um debate, já que um dos eixos é a democratização da política. Isso pode aparecer ou não", disse Boulos.

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