Mourão vai em busca do verde perdido na Amazônia
Encontro do vice com fundos estrangeiros é parte do plano do governo para reverter a imagem de vilão do meio ambiente
Rodrigo Caetano
Publicado em 9 de julho de 2020 às 06h46.
Última atualização em 9 de julho de 2020 às 13h25.
O vice-presidente Hamilton Mourão irá se reunir nesta quinta-feira com um grupo de dez fundos estrangeiros, capitaneados pelo norueguês Storebrand, para falar sobre os esforço do Brasil no combate ao desmatamento na Amazônia . O encontro, marcado para a manhã desta quinta-feira, é parte do plano do governo para reverter a imagem de vilão do meio ambiente, imprimida ao País em virtude do aumento recente do desflorestamento ilegal.
O encontro foi costurado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e tem como objetivo traçar uma política de longo prazo para desfazer as interferências ideológicas do presidente Jair Bolsonaro sobre a estratégia para a Amazônia.
O governo vem sendo criticado por empresas e investidores pela ineficácia em combater o desmatamento ilegal. Na avaliação do setor produtivo, a deterioração da imagem brasileira dificulta o acesso a mercados externos, prejudicando as exportações.
Para o mercado financeiro, o problema é a incerteza. Há duas semanas, 29 instituições financeiras internacionais enviaram uma carta a nove embaixadas brasileiras aconselhando o governo a frear o desmatamento na Amazônia, sob risco de alimentar “uma incerteza generalizada sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil.”
A reunião de hoje é só o começo. Amanhã, Mourão deve se reunir com empresas ligadas ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), signatárias de uma carta entregue a ele, há dois dias, cobrando ações para conter a destruição da floresta. Mourão comanda o Conselho da Amazônia, colegiado de 14 ministérios que tem o objetivo de coordenar ações federais na região.