Vista de Feira de Santana através de um edifício (Andrevruas/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 20h36.
Salvador - Morreu, na tarde desta segunda-feira, 25, a nona vítima da rebelião promovida por detentos do Pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, a 110 quilômetros de Salvador.
A vítima, um preso que cumpria pena no local, havia sido resgatada com vida, ainda no domingo, e encaminhada, junto com outros quatro feridos, para o Hospital-Geral Clériston Andrade, mas não resistiu aos ferimentos. Os outros feridos foram medicados e liberados.
O motim foi iniciado por volta das 14h30 do domingo, durante o período de visitas aos presos, e teria sido deflagrado por um confronto entre detentos integrantes de duas quadrilhas rivais.
O líder de um dos grupos teria sido um dos mortos no conflito. Segundo a direção do presídio, após a confusão, parte dos familiares dos detentos que estava dentro da unidade optou por ficar no local, junto dos parentes.
Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, do comando da Polícia Militar na região, da direção do presídio e da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) conduziram as negociações.
O abastecimento de água foi cortado no local até o encerramento do motim, na manhã desta segunda-feira.
Após o fim do movimento, os detentos foram revistados e retirados do pavilhão de dois em dois e conduzidos a outra unidade, para que policiais pudessem realizar a perícia no local.
Os corpos das outras oito vítimas foram resgatados após a saída dos presos e de seus familiares. Um dos mortos foi decapitado.
O pavilhão no qual a rebelião foi feita tem capacidade para 152 presos, mas abriga mais que o dobro, 336. Os amotinados ainda tentaram invadir outro pavilhão durante a confusão, mas foram impedidos por agentes penitenciários.
Em todo o complexo, que tem 13 pavilhões, estão 1.467 detentos, apesar de a capacidade ser de 644.
De acordo com a Polícia Militar, foram apreendidos com os presos, ainda durante o motim, dois revólveres e uma pistola.
As buscas realizadas por peritos da Polícia Civil após a retirada dos detentos do pavilhão também teriam localizado "grande quantidade" de armas brancas nas celas, mas a Seap ainda não confirmou o número.
Segundo informações da Polícia Civil, já foram identificados os autores dos homicídios e das tentativas de homicídios ocorridos no motim.