Uma das maiores dificuldades no combate ao trabalho escravo é a relação de grandes empresários e políticos com o crime, diz presidente do sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2015 às 12h52.
Brasília - No ano passado, 1.674 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados no Brasil. Até maio de 2015, 419 pessoas já foram retiradas de estabelecimentos pelo mesmo motivo. Os números foram divulgados na comemoração de 20 anos de combate ao trabalho escravo no País.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias (PDT), ressaltou a importância de combater o trabalho em condições precárias e anunciou a abertura de um concurso público para auditores. "O Ministério do Planejamento já autorizou a abertura das vagas", disse.
Em 2014, 284 estabelecimentos foram inspecionados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Minas Gerais foi o estado com mais trabalhadores resgatados, foram 380. E a construção civil, a atividade que mais gerou resgates (452 indivíduos em 2014), seguida pela agricultura, com 358, e pela pecuária, com 238.
De acordo com o Manoel Dias, a Advocacia Geral da União entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para a divulgação da lista de empregadores autuados por usar trabalhadores em condições precárias. "Essa lista já deveria ter sido divulgada", afirmou. Em dezembro, a divulgação da lista foi suspensa pelo STF.
Segundo a presidente do sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Rosa Jorge, uma das maiores dificuldades no combate ao trabalho escravo é a relação de grandes empresários e políticos com o crime.
"Estudos apontam que esse crime é o segundo mais rentável no País, perdendo apenas para o tráfico de drogas", apontou. De acordo com o Ministério do Trabalho, em 2013, o trabalho escravo urbano superou o rural, com 1.068 indivíduos retirados das cidades, de um total de 2.063 no período.