Exame Logo

Ministério Público desarquiva apuração sobre caças suecos

A medida se deve aos novos indícios de que o contrato firmado com a empresa sueca Saab pode ter relação com lobista Mauro Marcondes Machado e a esposa dele

O caça Gripen NG, da sueca Saab: a medida se deve aos novos indícios de que o contrato firmado com a Saab pode ter relação com lobista Mauro Marcondes Machado e a esposa dele (Bthebest/ Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 13h44.

Brasília - Novos indícios levantados pela Operação Zelotes levaram o Ministério Público Federal em Brasília a desarquivar inquérito civil instaurado no ano passado para apurar suspeitas de irregularidades na compra dos caças suecos Gripen pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Há suspeitas de corrupção e superfaturamento no negócio, iniciado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fechado na gestão de Dilma Rousseff .

Conforme a Procuradoria da República no Distrito Federal, a medida se deve à descoberta, no âmbito da Zelotes , de novos indícios de que o contrato internacional firmado com a empresa sueca Saab pode ter resultado de possível influência indevida do lobista Mauro Marcondes Machado e a mulher dele, Cristina Mautoni.

Uma das descobertas foi a de que Marcondes intermediou interesses da fabricante dos caças no governo brasileiro. A suspeita é de que houve possível suborno de agentes e ex-agentes públicos federais.

O casal está preso desde outubro de 2015 e atualmente responde a uma ação penal proposta pela força-tarefa da Zelotes por suspeita de pagar propina a agentes públicos em troca da edição de medias provisórias que beneficiaram o setor automotivo.

No despacho, o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes diz que a decisão de reabrir a investigação levou em consideração "a superveniência de novos indícios que colocam em dúvida a idoneidade da contratação da empresa Saab".

Além disso, o procurador determinou que tanto o Ministério da Defesa quando a Saab sejam oficiadas para que forneçam informações atualizadas sobre o caso. Outra providência foi a solicitação de todos os dados obtidos na Zelotes que possam interessar na instrução do inquérito civil, medida que já recebeu o aval dos integrantes da força-tarefa.

O caso será investigado pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Brasília. Se confirmadas irregularidades, a apuração pode resultar tanto numa ação civil contra eventuais envolvidos quanto numa denúncia criminal.

O jornal O Estado de S. Paulo publicou em novembro e-mails revelando que o casal atuou no lobby dos caças e tentou acionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do assunto.

Em depoimento à Polícia Federal, em janeiro, no âmbito da Zelotes, Lula foi questionado se pagamentos feitos pela Marcondes & Mautoni à LFT Marketing Esportivo tinham relação com os caças. Lula considerou a hipótese um "absurdo".

A LFT pertence a Luís Claudio Lula da Silva, filho mais novo do petista, e recebeu R$ 2,5 milhões da Marcondes entre 2014 e 2015. Ele alega que prestou serviços de consultoria em sua área de atuação, o esporte.

O arquivamento do inquérito ocorreu em agosto, diante da falta de "elementos que justificassem a continuidade da investigação".

Veja também

Brasília - Novos indícios levantados pela Operação Zelotes levaram o Ministério Público Federal em Brasília a desarquivar inquérito civil instaurado no ano passado para apurar suspeitas de irregularidades na compra dos caças suecos Gripen pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Há suspeitas de corrupção e superfaturamento no negócio, iniciado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fechado na gestão de Dilma Rousseff .

Conforme a Procuradoria da República no Distrito Federal, a medida se deve à descoberta, no âmbito da Zelotes , de novos indícios de que o contrato internacional firmado com a empresa sueca Saab pode ter resultado de possível influência indevida do lobista Mauro Marcondes Machado e a mulher dele, Cristina Mautoni.

Uma das descobertas foi a de que Marcondes intermediou interesses da fabricante dos caças no governo brasileiro. A suspeita é de que houve possível suborno de agentes e ex-agentes públicos federais.

O casal está preso desde outubro de 2015 e atualmente responde a uma ação penal proposta pela força-tarefa da Zelotes por suspeita de pagar propina a agentes públicos em troca da edição de medias provisórias que beneficiaram o setor automotivo.

No despacho, o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes diz que a decisão de reabrir a investigação levou em consideração "a superveniência de novos indícios que colocam em dúvida a idoneidade da contratação da empresa Saab".

Além disso, o procurador determinou que tanto o Ministério da Defesa quando a Saab sejam oficiadas para que forneçam informações atualizadas sobre o caso. Outra providência foi a solicitação de todos os dados obtidos na Zelotes que possam interessar na instrução do inquérito civil, medida que já recebeu o aval dos integrantes da força-tarefa.

O caso será investigado pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Brasília. Se confirmadas irregularidades, a apuração pode resultar tanto numa ação civil contra eventuais envolvidos quanto numa denúncia criminal.

O jornal O Estado de S. Paulo publicou em novembro e-mails revelando que o casal atuou no lobby dos caças e tentou acionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do assunto.

Em depoimento à Polícia Federal, em janeiro, no âmbito da Zelotes, Lula foi questionado se pagamentos feitos pela Marcondes & Mautoni à LFT Marketing Esportivo tinham relação com os caças. Lula considerou a hipótese um "absurdo".

A LFT pertence a Luís Claudio Lula da Silva, filho mais novo do petista, e recebeu R$ 2,5 milhões da Marcondes entre 2014 e 2015. Ele alega que prestou serviços de consultoria em sua área de atuação, o esporte.

O arquivamento do inquérito ocorreu em agosto, diante da falta de "elementos que justificassem a continuidade da investigação".

Acompanhe tudo sobre:EuropaIrregularidadesOperação ZelotesPaíses ricosSuécia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame