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Ministério estima superávit comercial de US$ 50 bilhões em 2018

crescimento previsto de 11,5% na produção nacional de petróleo e de 10,6% na fabricação de veículos impulsionarão a balança comercial brasileira em 2018

Cisa Trading (Divulgação) (Divulgação/Divulgação)

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Agência Brasil

Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 18h36.

Depois de registrar o superávit recorde de US$ 67 bilhões em 2017, a balança comercial (diferença entre exportações e importações) deverá fechar 2018 com resultado positivo em torno de US$ 50 bilhões, disse hoje (2) o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto. Ele ressaltou que esse saldo garantiria o segundo maior superávit da história.

De acordo com Abrão Neto, tanto as exportações como as importações tendem a crescer neste ano. Ele não forneceu valores, mas disse que as vendas e as compras do exterior deverão encerrar 2018 no maior valor desde 2015. O superávit comercial, no entanto, diminuirá porque as compras do exterior tendem a crescer em ritmo maior que as vendas, por causa da recuperação do consumo das famílias e dos investimentos das empresas.

Em relação às exportações, o secretário citou o crescimento previsto de 11,5% na produção nacional de petróleo e de 10,6% na fabricação de veículos como fatores que impulsionarão a balança comercial brasileira em 2018. Apesar da queda esperada de 5% na safra de grãos este ano, os embarques de produtos agrícolas para o exterior deverão manter-se porque o estoque de grãos no país está no maior nível em cinco anos, suficiente para atender à demanda.

Em 2017, os preços médios das exportações subiram 10,6%; e os volumes, 7,6%. Para este ano, Abrão Neto disse que as projeções para os preços das commodities (bens agrícolas com cotação internacional) estão mistas. Em relação aos produtos minerais, ele disse que a estimativa para a cotação internacional do petróleo é de estabilidade por causa da prorrogação do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Ele, no entanto, espera uma retração no preço do minério de ferro, cujo preço subiu 40,9% no ano passado.

Sobre as commodities agrícolas, o secretário disse que o MDIC projeta manutenção do volume de grãos exportado por causa dos estoques reguladores. Em relação aos preços, ele disse que não há indicação de variações significativas nos preços internacionais este ano.

Mercados

Em 2017, o desempenho de diversos mercados estrangeiros contribuiu para o superávit recorde da balança comercial. As exportações aumentaram 35,3% para a China, principal parceiro comercial do Brasil; 12,3% para os Estados Unidos, segundo maior parceiro, e 32,4% para a Argentina, puxada pela venda de veículos. Para este ano, Abrão Neto disse que o desempenho da economia internacional favorece o crescimento das exportações.

"O FMI [Fundo Monetário Internacional] prevê crescimento de 3,7% para a economia mundial este ano. A China crescerá 6,5%; os Estados Unidos, 2,3%; a Argentina, 2,5%; a zona do euro, 1,9%, e a América Latina e o Caribe, também 1,9%. A Organização Mundial do Comércio projeta alta de 3,2% no volume de comércio internacional."

Acordos

O secretário de Comércio Exterior ressaltou que a entrada em vigor de acordos comerciais também impulsionará as vendas externas do país em 2018. Ele mencionou o acordo automotivo com a Colômbia, que permite o embarque de até 25 mil veículos brasileiros por ano sem cobrança de tarifas, e o acordo de livre comércio com o Egito. Em relação ao câmbio, ele lembrou que o boletim Focus - pesquisa do Banco Central com instituições financeiras - projeta cotação média do dólar de R$ 3,31 para este ano, próximo da estabilidade.

Abrão Neto citou ainda a desburocratização como fator que facilitará o comércio do Brasil com outros países este ano. A partir de julho, todas as exportações serão feitas por meio do Portal Único de Comércio Exterior, que requer menos documentos e procedimentos formais. Ao longo de 2018, será adotado um novo sistema de importações, com menos burocracia. "Esperamos ganhos na corrente de comércio [soma das exportações e importações] com esse novo modelo", declarou.

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