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Ministério da Saúde decreta fim de surto de febre amarela

O país enfrentou este ano a pior epidemia de febre amarela da história

Febre amarela: até 1º de agosto, foram confirmados 777 casos e 271 óbitos pela doença (José Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 14h09.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 21h57.

Brasília - Crianças de todo o País passarão a ser vacinadas contra a febre amarela a partir do próximo ano. A estratégia foi recomendada por um comitê assessor ao Ministério da Saúde, que a partir de agora deverá definir como a medida será colocada em prática.

"Em cidades menores, a cobertura poderá ser feita por meio de campanhas, para haver maior aproveitamento das doses", afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

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Em outros locais, a vacinação poderá entrar na rotina. A inclusão da vacina de febre amarela para crianças de todo o País vem sendo estudada pelo Ministério da Saúde desde o início do ano.

Como informou o jornal O Estado de S. Paulo em janeiro, técnicos aguardavam apenas o fim da epidemia para que a medida fosse anunciada.

Nesta quarta-feira, 6, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, declarou o fim do surto, o pior registrado no País desde que registros da doença começaram a ser contabilizados.

A reportagem apurou que a definição sobre como a estratégia de inclusão da vacina para todas crianças de 9 meses depende de disponibilidade do imunizante.

Técnicos da área temem que, uma vez incorporada a recomendação, não haja disponibilidade da vacina para todos os postos do País.

Para evitar o desabastecimento, a equipe agora avalia qual seria o aumento da demanda para definir por onde e quando a nova estratégia de proteção começará a ser colocada em prática.

Uma das possibilidades é de que campanhas sejam feitas em ciclos, começando por locais considerados de maior prioridade até alcançar todos os municípios brasileiros.

O Ministério da Saúde anunciou ainda a ampliação das áreas onde a vacinação contra febre amarela deverá ser feita de forma rotineira para toda a população.

Também por causa do limite de produção do imunizante, a ideia é priorizar neste momento cidades da Bahia e São Paulo.

Em virtude do surto, São Paulo aumentou esse ano em 44 o número de cidades consideradas de risco.

"Essas áreas vão permanecer com essa recomendação permanente, como já é praxe. Mas a equipe avalia agora também a possibilidade de que outras cidades entrem também para esse mapa onde a vacinação é de rotina", disse Carla.

O Brasil enfrentou este ano a pior epidemia de febre amarela da história. Até 1º de agosto, foram confirmados 777 casos e 271 óbitos pela doença.

Para conter o avanço, o Ministério da Saúde intensificou a vacinação em 1.121 municípios nos Estados de Minas Gerais, Rio, São Paulo, Espírito Santo e Bahia.

Do total, no entanto, apenas 205 cidades estão com a cobertura vacinal acima de 95%, considerada a ideal. A média nos Estados ainda é considerada baixa, em 60,3%.

O ministro da Saúde afirmou ser necessário o esforço para que os índices de população imunizada aumentem.

Mas mesmo com esses baixos índices de cobertura, o ministro avalia que o risco de uma epidemia de febre amarela no próximo verão é menor.

"A expectativa é de que não haja um novo ciclo com grande número de casos", disse. Além da leve melhora na cobertura vacinal, ele atribuiu a maior tranquilidade ao fato de que a Febre Amarela ocorre tradicionalmente em ciclos. Epidemias geralmente ocorrem a cada 7 ou 8 anos.

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