Michel Temer: "Nós estamos verificando nos últimos tempos quantas e quantas vezes os Estados federados acabam solicitando a presença das Forças Armadas" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de abril de 2018 às 17h32.
Última atualização em 11 de abril de 2018 às 18h03.
Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que os militares têm atuado no combate ao crime organizado dentro dos termos da Garantia da Lei e da Ordem e citou a intervenção federal na área de segurança pública do Rio de Janeiro como exemplo dessa atuação constitucional.
O presidente aproveitou cerimônia de apresentação de oficiais generais promovidos para afirmar que todos estão engajados na construção de um país "de paz, de prosperidade, de ordem e de progresso".
"Naturalmente que ninguém tem a ilusão de que uma medida específica... vai solucionar da noite para o dia problemas que são antigos e estruturais, mas o fato é que a ação das Forças Armadas no Rio de Janeiro, em coordenação estreitíssima com as autoridades locais, já mostra resultados e confirma a nossa convicção de que juntos seremos capazes de vencer aqueles que perturbam a tranquilidade e ameaçam o futuro dos brasileiros", disse Temer.
"Cabe às nossas três Forças, nos termos da Constituição Federal, a tarefa da Garantia da Lei e da Ordem, a nossa GLO", afirmou. "Nós estamos verificando nos últimos tempos quantas e quantas vezes os Estados federados acabam solicitando a presença das Forças Armadas."
Declarações de militares na última semana sobre o papel das Forças Armadas e referências a possível resultado favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julgamento de um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) causaram alvoroço, levando o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, a soltar comunicado interno dirigido à tropa pedindo que militares sigam "fielmente" a Constituição e que não se empolguem diante do contexto atual do país.
Na terça-feira da semana passada, véspera do julgamento do habeas corpus de Lula, por meio de sua conta no Twitter, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que a Força compartilha o "repúdio à impunidade" e questionou quem realmente está pensando no país.
"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", indagou.
O Ministério da Defesa afirmou em nota no dia seguinte que o comandante do Exército mantém a "coerência" e o "equilíbrio" e que reafirma o compromisso da "Força Terrestre com os preceitos constitucionais".