Brasil

Milhões desafiam chuva para participar da Parada Gay de SP

"Para o armário, nunca mais! - União e conscientização na luta contra a homofobia" é o lema da parada deste ano


	Parada Gay de São Paulo: evento espera um número recorde de 3,5 milhões de participantes
 (REUTERS/Gleb Garanich)

Parada Gay de São Paulo: evento espera um número recorde de 3,5 milhões de participantes (REUTERS/Gleb Garanich)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2013 às 14h43.

São Paulo - Milhões de pessoas desafiaram a chuva neste domingo para participar da 17ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, uma das mais importantes do mundo e que este ano quer estimular que as pessoas assumam publicamente a homossexualidade.

'Para o armário, nunca mais! - União e conscientização na luta contra a homofobia' é o lema da parada deste ano, que espera um número recorde de 3,5 milhões de participantes, segundo os organizadores.

A concentração de pessoas na Avenida Paulista começou no início da manhã e a chuva transformou a multidão em um rio multicor de guarda-chuvas.

'É nosso principal evento do ano e com chuva ou calor não poderíamos deixar de vir. E desta vez é muito especial porque muitos vão sair do armário e nos acompanhar na caminhada', disse à Agência Efe o arquiteto Luiz Sombra.

A parada deste ano terá três trios elétricos oficiais, um deles com a presença da cantora Daniela Mércury, que recentemente assumiu uma relação homossexual, mas o evento ainda contará com, pelo menos, mais 14 carros com DJs e música.

O fechamento do evento, com um espetáculo musical programado para esta noite na Praça da República, terá as apresentações de Ellen Oleria, vencedora do programa de televisão 'The Voice Brasil', e a cantora Mariene de Castro.

Neste ano, várias dos blocos da Parada do orgulho Gay se inspiraram em manifestações contra o pastor evangélico e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marcos Feliciano, sempre polêmico por suas declarações contra os homossexuais.


A ministra da Cultura, Marta Suplicy, que quando prefeita de São Paulo revitalizou a Parada do Orgulho Gay, manifestou seu repúdio pelas declarações de Feliciano, que promove no Congresso um projeto para a 'cura gay', através de um tratamento psicológico financiado pelo Estado.

'Parece que não temos muito progresso e temos uma tragédia grega na Comissão de Direitos Humanos e com isso chegamos ao ápice na falta de respeito à comunidade', declarou Marta em entrevista coletiva prévia à parada.

Na mesma entrevista coletiva, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que respeitava as diferentes crenças religiosas e respaldou as manifestações de diversidade sexual.

'O estado é laico e isso é uma garantia constitucional e a riqueza de São Paulo é a diversidade', destacou Alckmin.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, no entanto tanto, assinalou que 'é um desejo do país não opor-se aos direitos civis e não podemos admitir que aqueles que em algum momento sofreram com a intolerância sejam promotores dessa mesma incompreensão'.

A Parada do Orgulho Gay começou oficialmente na quinta-feira com uma feira cultural, um ciclo de cinema, entrega de prêmios a personalidades identificadas com os direitos dos homossexuais e uma série de espetáculos artísticos em diversos pontos da cidade.

O governo municipal lançou neste ano um guia turístico e comercial para o público homossexual.

Acompanhe tudo sobre:EventosGaysLGBTParada gayPolítica no BrasilPreconceitos

Mais de Brasil

Saldo bloqueado FGTS: o que fazer para desbloquear 

PIS e Cofins: saiba o que são e como calcular as alíquotas

O que é SSP: conheça o órgão emissor ou expedidor do RG

Defensoria Pública de SP recorre ao STF contra flexibilização nas câmeras corporais na PM

Mais na Exame