Torcedores mexicanos no estádio russo, durante a partida México x Suécia na Copa do Mundo (Darren Staples/Reuters)
Luiza Calegari
Publicado em 2 de julho de 2018 às 07h15.
Última atualização em 2 de julho de 2018 às 10h23.
Nas estatísticas dentro do gramado, o México contabilizou, até agora, duas vitórias (contra Alemanha e Coreia do Sul) e uma derrota (para a Suécia), enquanto o Brasil vem de duas vitórias (contra Costa Rica e Sérvia) e um empate (Suíça).
Nas estatísticas dos indicadores sociais, no entanto, a vantagem está com o México: eles estão melhores que nós em alguns critérios econômicos, na disputa do IDH, e um pouco melhores na Educação. Confira:
Embora a pontuação dos dois países no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) não varie de forma muito dramática, essa partida entre Brasil e México é a dos menores IDHs das oitavas de final.
Entre todas as equipes das oitavas, só a Colômbia tem um índice menor que o Brasil. Mesmo assim, ambos os países ainda estão na categoria de IDH considerado alto (acima de 0,7).
As partidas segundo o IDH:
França (0,897) x Argentina (0,827)
Uruguai (0,795) x Portugal (0,843)
Espanha (0,884) x Rússia (0,804)
Croácia (0,827) x Dinamarca (0,925)
Brasil (0,754) x México (0,762)
Bélgica (0,896) x Japão (0,903)
Suécia (0,913) x Suíça (0,939)
Colômbia (0,727) x Inglaterra (0,909*)
Pontuação vai de 0 a 1; quanto mais próximo de 1, melhor o índice
*Valor referente ao Reino Unido
O PIB per capita (valor total do indicador dividido pelo número de habitantes do país) é mais alto no México do que no Brasil: 19.500 dólares lá, contra 15.500 aqui, em 2017.
A taxa de desemprego deles também ganha de lavada da nossa: só 3,6% da população economicamente ativa do México está sem trabalho, enquanto aqui a proporção é de 13,3%.
A dívida pública mexicana também é mais controlada: em 2017, foi estimada em 51,5% do PIB do país, enquanto aqui foi de 78,4%. Por outro lado, a nossa inflação está em níveis mais baixos: 3,7%, contra 5,9% por lá.
Em termos de taxa de juros básicas, definidas pelo Banco Central, a nossa está um pouquinho mais baixa que a deles, atualmente: 6,5% no Brasil, e 7,75% no México.
De acordo com o último relatório do Pisa (Programme for International Students Assessment, índice internacional de referência quando se fala em educação), os alunos mexicanos estão melhor preparados do que os brasileiros, mas ambos em posições muito baixas.
O índice mede a capacidade dos alunos em três eixos principais: leitura, ciência e matemática. Em todos o México ficou à frente, e os dois países ficaram no terço das notas mais baixas.
País | Ciência | Leitura | Matemática |
---|---|---|---|
Brasil | 401 | 407 | 377 |
México | 416 | 423 | 408 |
Média OCDE | 493 | 493 | 490 |
Uma categoria que não é exatamente um indicador, mas que serve como curiosidade: o México contabiliza três agraciados com o prêmio Nobel, enquanto o Brasil tem um (ou zero, se for para sermos mais científicos).
Do lado mexicano, em 1982, Alfonso García Robles ganhou o Nobel da Paz, pelo seu papel crucial na desnuclearização da América Latina após a crise dos mísseis cubanos.
Em 1990, Octávio Paz ficou com o de Literatura. E, em 1995, Mario J. Molina foi um dos três agraciados com o Nobel de Química, por seu trabalho em química atmosférica, especialmente sobre a formação e a decomposição do ozônio.
Já o único ganhador do Nobel brasileiro na verdade nasceu aqui, mas se mudou para a Inglaterra com 14 anos e se naturalizou inglês: Peter Medawar, que ganhou o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1960, pela descoberta da tolerância imunológica adquirida.