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Meirelles: só tomarei decisão sobre eventual candidatura em março

Em entrevista, o ministro da Fazenda disse "não gastar tempo" pensando no que vai fazer no ano que vem

Henrique Meirelles: o ministro repetiu que está focado na criação de empregos e na manutenção da inflação em patamares baixos (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: o ministro repetiu que está focado na criação de empregos e na manutenção da inflação em patamares baixos (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de novembro de 2017 às 10h16.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu nesta terça-feira, 14, que está focado no trabalho à frente do ministério e que só tomará a decisão sobre uma eventual candidatura nas próximas eleições no fim de março.

"Tenho dito que sou candidato a colocar o Brasil para crescer como ministro da Fazenda. E eu tenho o princípio profissional de me concentrar na minha missão, no que eu estou fazendo. O futuro nós vamos considerar na hora adequada, não gasto tempo pensando no que eu vou fazer no ano que vem", afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan.

Meirelles voltou a dizer que o Brasil saiu da maior recessão da sua história e lembrou que o País já está crescendo. O ministro repetiu que está focado na criação de empregos e na manutenção da inflação em patamares baixos.

Questionado se o prazo para a desincompatibilização do cargo de ministro - que se encerra no fim de março - não seria cedo para se ter resultados concretos sobre um crescimento mais firme da economia, Meirelles respondeu que não está considerando a essa altura "coisas que poderão acontecer ou não em abril". "Quando abril chegar, vamos olhar essa situação geral e aí vamos tomar a decisão no momento adequado", completou.

Sobre a possibilidade de o presidente Michel Temer pedir que os ministros interessados em disputar as eleições do próximo ano saiam até dezembro, Meirelles considerou que, no seu caso, sair do governo agora "certamente seria muito cedo". "Os ministros que já estão decididos a sair podem possivelmente antecipar a saída do governo, mas não aqueles que não decidiram. Tenho o compromisso com o presidente e com o País em cumprir a minha função", respondeu.

Ao ser perguntado sobre a sua participação nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Meirelles reiterou que teve total independência no Branco Central entre 2003 e 2010. Ele também alegou que não teve ingerência sobre outras áreas do governo Lula, nem mesmo na política econômica.

Sobre a sua participação na criação da plataforma digital do Banco Original, do Grupo J&F, o ministro argumentou que seu trabalho foi técnico, assim como nas consultorias e serviços de orientação prestados por ele a diversas empresas de investimento internacionais.

"Independentemente dos grupos com quem eu tenha trabalhado ou dos governos em que participei, tenho uma conduta ilibada, inquestionável e que não tem nenhum tipo de problema que possa ser levantado. É um dos meus pontos de maior orgulho o fato de que não há qualquer tipo de suspeita sobre a minha conduta, porque sempre me pauto pela ética, pela moralidade e pela lei", afirmou.

Economia

Na entrevista, Meirelles citou os casos de terrorismo e as ameaças da Coreia do Norte como riscos para a atividade global, mas apontou que as economias globalmente mais relevantes estão indo bem.

Ele ponderou que o Brasil não tem aproveitado todas as oportunidades no comércio internacional, mas disse que o governo tem trabalhado para tentar reverter o fechamento do País nos últimos anos. O ministro citou as negociações para acordos com os Estados Unidos, com países do Pacífico, e do Mercosul com a União Europeia.

Meirelles ainda respondeu que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) cobra a inadimplência à Previdência Social, mas lembrou que é preciso respeitar o Estado de Direito, lembrando das ações judiciais movidas pelos devedores. Além disso, ele apontou que a maioria das empresas em débito já faliram e não existem mais. "É importante acabar com o mito de que inadimplência é causa do déficit da Previdência", concluiu.

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