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Médico que faltou era substituído informalmente no Rio

Neurocirurgião faltou ao plantão em hospital, fazendo com que estudante baleada esperasse oito horas por cirurgia


	Medicina: o neurocirurgião indiciado por omissão de socorro, repassava dinheiro ganho a colega que o substituía informalmente
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Medicina: o neurocirurgião indiciado por omissão de socorro, repassava dinheiro ganho a colega que o substituía informalmente (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 21h01.

Rio de Janeiro - Em depoimento nesta quinta-feira à Polícia Civil do Rio, o neurocirurgião Carlos Augusto Borges afirmou que fazia plantões no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier (zona norte), no lugar do também neurocirurgião Adão Crespo Gonçalves. Como a troca era informal, o próprio Adão assinava, depois, o livro de ponto, como se houvesse trabalhado, mas repassava ao colega o valor ganho. Carlos Augusto se aposentou em setembro e desde então deixou de substituir o colega.

Na noite de 24 de dezembro, Adão faltou ao plantão e o hospital ficou sem médico neurocirurgião. À 0h15, a estudante Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, foi baleada na cabeça e levada ao Salgado Filho, mas, devido à falta de médico, teve de esperar oito horas para ser atendida. Ela morreu em 4 de janeiro.

Adão foi indiciado por omissão de socorro. À polícia ele afirmou que não comparecia aos plantões havia mais de um mês por discordar das condições de trabalho. O médico avisou ao chefe do setor de neurocirurgia do hospital que não iria trabalhar, mas foi avisado de que não teria substituto. Outro neurocirurgião, Fernando Andrade, também contou à polícia que chegou a substituir Adão durante os plantões. A Polícia Civil investiga os médicos por crime contra a administração pública.

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