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Médica que negou atendimento a bebê presta depoimento

Breno Rodrigues Duarte morreu na quarta-feira passada, uma hora e meia após a médica deixar o condomínio onde a criança morava sem prestar atendimento

Médica: a médica afirmou que o ocorrido não foi omissão de socorro (GettyImages/Getty Images)
AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de junho de 2017 às 16h43.

Última atualização em 12 de junho de 2017 às 16h44.

A médica Haydee Marques da Silva, que negou socorro ao bebê Breno Rodrigues Duarte, de 1 ano e 7 meses, prestou depoimento hoje (12) na 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Na entrada da delegacia, ela informou que não falaria com a imprensa, pois já havia se pronunciado sobre o caso em entrevista ao Jornal Extra ontem.

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Breno morreu na quarta-feira passada (7), uma hora e meia após a médica deixar o condomínio onde a criança morava sem prestar atendimento. A recusa foi testemunhada pelo motorista da ambulância que levou a médica ao local.

Na entrevista ao jornal Extra, a médica afirmou que o ocorrido não foi omissão de socorro, já que não era um caso grave.

Ela também alegou que estava muito estressada e sem condições psicológicas para atender.

Também disse que não era pediatra nem neurologista para se responsabilizar pela criança, que era muito pequena e com quadro neurológico grave.

As câmeras de segurança do prédio mostram que a ambulância chegou ao local por volta 9h. A médica aparece nas imagens dentro do veículo, rasgando papéis e indo embora sem descer do carro.

Breno morreu às 10h26, antes que a segunda ambulância chegasse ao endereço.

A delegada responsável pelo caso, Isabelle Ponti, informou que a médica responde, por enquanto, por homicídio culposo com aumento de pena por inobservância de regra técnica da profissão.

O advogado que representa a família do menino, Gilson Moreira, também presente na delegacia, disse que a médica sabia que o quadro da criança era grave, já que a equipe, que iria inicialmente para a Penha, foi deslocada para a Barra da Tijuca por conta da gravidade do quadro do bebê.

"Ela chegou na porta do condomínio, sabia que o caso era muito grave e se negou a sair da ambulância. Isso configura o descaso, a falta de humanidade e de profissionalismo. Um médico não pode se negar a prestar atendimento e socorro", disse ele.

Gilson Moreira informou que pedirá a cassação do registro profissional por parte do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que já abriu sindicância para apurar a conduta da médica.

 

 

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