Marun: "Desafio qualquer um a destacar o trecho em que afirmo que financiamentos estão condicionados a apoio a necessária Reforma da Previdência" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 14h18.
Brasília- O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, negou nesta quinta-feira, em nota, que tenha condicionado a liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal aos Estados a esforço dos governadores pela aprovação da reforma da Previdência.
"Desafio qualquer um a destacar o trecho em que afirmo que financiamentos estão condicionados a apoio a necessária Reforma da Previdência. Afirmei, como reafirmo, que espero que todos os agentes públicos tenham a responsabilidade de contribuir neste momento histórico da vida da nação", disse o ministro depois de afirmar que assistiu à sua própria entrevista para verificar o que havia dito.
O ministro, que tomou posse no lugar do tucano Antonio Imbassahy há menos de 15 dias, afirmou em entrevista, há dois dias, que os financiamentos da Caixa "são ações de governo" e que "deve, sim, ser discutido com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência".
A declaração do ministro causou problemas para o governo. Em carta, governadores do Nordeste reagiram à entrevista. Membros do Ministério Público e políticos também criticaram Marun.
Na nota, divulgada apenas nesta quinta-feira, Marun diz que afirmou, e reafirma ainda, que vai "dialogar de forma especial com aqueles que estão sendo beneficiados por ações do governo, pleiteando o seu envolvimento no esforço que estamos fazendo para realizar as reformas que o Brasil necessita".
Marun acusa ainda os governadores que reagiram à sua afirmação de tentar esconder a ação do governo federal em ações financiadas pelos bancos públicos para "buscar resultados eleitorais exclusivamente para si".
Ontem, durante discurso em evento no Rio de Janeiro, o presidente Michel Temer também cobrou empenho de governadores pela reforma.
"Se não fizermos a reforma da Previdência agora, não haverá qualquer candidato a governador, deputado ou senador que não tenha que tocar no assunto, pois será cobrado a respeito disso", afirmou o presidente.