Maratona de depoimentos e acareações no TSE dura mais de 5h
Marcelo Odebrecht participou de uma 2ª acareação, desta vez com o ex-diretor de relações institucionais da empreiteira Cláudio Melo Filho
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de março de 2017 às 22h39.
Última atualização em 10 de março de 2017 às 22h40.
Brasília - O ministro Herman Benjamim, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , concluiu nesta noite de sexta-feira, 10, as duas acareações realizadas entre Marcelo Odebrecht , ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, e ex-executivos da empreiteira.
Nesta noite, a ex-secretária da empreiteira Maria Lúcia Tavares presta depoimento ao TSE por meio de videoconferência.
Maria Lúcia atuou no Setor de Operações Estruturadas, como responsável pela operacionalização dos pagamentos e controle da contabilidade do departamento.
Alvo da Operação Acarajé, Maria Lúcia fez no ano passado acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal.
Em troca da liberdade e de um possível perdão judicial, relatou aos investigadores como funcionava o sistema de pagamento de propinas. A ex-secretária é considerada a testemunha-chave que levou o alto escalão da Odebrecht a fazer delação premiada.
Acareações
A primeira acareação realizada nesta sexta-feira, 10, foi entre Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, ex-funcionário da Odebrecht ligado ao "departamento de propina", e o ex-executivo Benedicto Júnior. Durou cerca de duas horas.
Outro ex-executivo, Fernando Migliaccio, foi chamado para participar dessa acareação, após ter prestado depoimento ao TSE horas antes.
Depois, Marcelo Odebrecht participou de uma segunda acareação, desta vez com o ex-diretor de relações institucionais da empreiteira Cláudio Melo Filho, que durou aproximadamente uma hora.
A maratona de acareações e depoimentos já dura mais de cinco horas e meia no TSE.
Em uma tentativa de evitar vazamentos, Benjamin decidiu restringir o número de advogados que poderão acompanhar o depoimento, que corre sob sigilo.
O ministro determinou que cada uma das partes envolvidas na ação - PSDB, Dilma e Temer - tenha apenas um advogado nas oitivas.