Manuela D'Ávila recebe ameaças e pede proteção da PF ao TSE
A candidata à vice na chapa do PT relatou que eleitores estão divulgando informações falsas sobre sua ligação com o esfaqueamento de Bolsonaro
Clara Cerioni
Publicado em 24 de setembro de 2018 às 16h58.
Última atualização em 24 de setembro de 2018 às 17h35.
São Paulo — A vice-presidente na chapa do PT, Manuela D'Ávila (PCdoB), entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo para que a Polícia Federal (PF) reforce sua segurança pessoal.
A candidata teme represálias durante atos de campanha, após sua imagem sido vinculada ao autor do esfaqueamento do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
A defesa de Manuela afirma que, nos últimos dias, páginas favoráveis ao candidato do PSL disseminaram informações inverídicas de que a PF havia quebrado o sigilo telefônico de Adélio Batista Oliveira, acusado pelo ataque, e encontrado ligações da candidata. As chamadas, segundo as publicações, teriam acontecido no dia do esfaqueamento.
Ao todo, as informações sobre a ligação de Manuela com o esfaqueamento tiveram 14.473 compartilhamentos, 7.093 reações e 6.310 comentários.
"Essa cólera generalizada, que se alimenta de informações inverídicas como a relatada, é terreno fértil para ditos 'justiceiros' que pretendem vingar seu 'mártir' fazendo justiça com as próprias mãos", afirma a defesa na petição, acessada por EXAME.
Na ação, os advogados acrescentam também mensagens privadas enviadas à Manuela por um eleitor de Bolsonaro, que a acusa de "ter planejado tudo [o ataque] e com detalhes".
Além do reforço na segurança, a candidata também pede que a PGR (Procuradoria Geral da República) auxilie nas investigações.
A petição foi aberta nesta segunda-feira (24).
Ação contra o Facebook
A defesa da candidata à vice de Fernando Hadadd (PT) montou uma segunda ação contra o responsável por uma página do Facebook favorável a Bolsonaro e também contra a rede social.
O pedido é para que o Facebook retire as publicações difamatórias do ar e dê direito de resposta à Manuela.
"Não pode a página representada empregar com tamanha irresponsabilidade a popularidade que possui nas redes sociais para circulação de afirmações infundadas, injuriosas e difamatórias que visam, única e exclusivamente, manipular a opinião pública por meio de ilações vazias", reforçam os advogados.