Mantega vê guerra cambial e reitera arsenal do governo
Ministro da Fazenda nega que governo planeje taxar investimentos estrangeiros para diminuri entrada de dólares
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2010 às 15h07.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que o mundo vive atualmente uma "guerra cambial" que ameaça a competitividade brasileira no comércio internacional, mas reiterou que o governo tem instrumentos para conter a valorização do real.
"Não permitiremos que o Brasil seja prejudicado por causa da política cambial dos demais países", disse Mantega durante evento de empresários industriais.
O ministro criticou a postura unilateral que está sendo tomada por vários países que, temendo perder competitividade no comércio devido à fraqueza da economia global, estão promovendo a depreciação de suas moedas para incentivar as exportações.
"Os Estados Unidos desvalorizaram, a União Europeia também, o Japão está desesperado...Tem países matando cachorro a grito, exportando a qualquer preço", afirmou.
Um fator que pode aliviar a pressão de alta do real no curto prazo é o fim do processo de capitalização da Petrobras. Se isso não ocorrer, disse, o governo terá como agir, mas não detalhou quais medidas estão sendo consideradas
Ele adiantou que o governo não pretende taxar investimentos estrangeiros, mas lembrou que o país já tomou, no ano passado, medidas para conter a entrada excessiva de capital de curto prazo como a adoção de IOF sobre aplicações externas em ações e renda fixa.
Por ora, lembrou, o governo vem comprando mais dólares no mercado à vista, para absorver o excesso de moeda no mercado.
No médio prazo, uma iniciativa para ajudar os empresários a ganhar mais competitividade e aliviar os efeitos do câmbio sobrevalorizado é tentativa de retomar o andamento de parte da reforma tributária.
"Pode ser feita no final deste ano, ainda no governo Lula, após a eleição", disse Mantega, dando ênfase à proposta de reduzir a alíquota de contribuição patronal para previdência na folha de pagamentos e à de equalizar a alíquota de ICMS, para coibir a guerra fiscal entre os estados.
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