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Mantega: medida reduz ganho de quem aposta no real

Ministro da Fazenda elogiou anúncio do BC e revelou que medida estava em estudo desde 2008

Mantega não descartou que o Ministério da Fazenda tome novas medidas para conter o câmbio (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Mantega não descartou que o Ministério da Fazenda tome novas medidas para conter o câmbio (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 15h30.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou hoje que a medida anunciada na manhã de hoje pelo Banco Central é positiva porque diminui a rentabilidade das instituições financeiras que apostam em uma valorização do real em relação ao dólar.

Segundo o ministro, as posições vendidas dos bancos aumentaram no fim do ano passado, o que levou o Banco Central a adotar a obrigatoriedade do compulsório de 60% sobre o equivalente das posições vendidas em câmbio dos bancos que ultrapassem US$ 3 bilhões ou seu patrimônio de referência.

No jargão do mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta dos bancos de que o real vai se valorizar. Estar "comprado", por consequência, sinaliza a expectativa de depreciação da moeda brasileira.

"A medida vai no cerne da questão. Hoje a cotação está se fazendo mais no mercado futuro do que no à vista", disse o ministro. De acordo com ele, apesar da medida estar em estudo desde 2008, ainda não havia chegado o momento para que fosse implementada. Mantega destacou que ao fim de 2009 os bancos tinham posição comprada. "A concentração na posição vendida é um movimento recente que se intensificou em novembro e dezembro de 2010."

Segundo Mantega, a atuação do Banco Central não impede que a Fazenda continue tomando medidas com o objetivo de conter a alta volatilidade do câmbio. "Vamos continuar observando. O dólar é flutuante e não dá para arriscar. No momento temos verificado que há flutuações internas e externas", afirmou.

As declarações foram dadas quando Mantega chegava ao Ministério da Fazenda, após participar de reunião com a presidente Dilma Rousseff e outros ministros.

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