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Mais 26 policiais vão a julgamento por massacre de Carandiru

Segunda fase do julgamento começou nesta segunda-feira com 26 policiais no banco dos réus pela morte de 73 dos 111 presos assassinados em 1992

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 23h01.

São Paulo - A segunda fase do julgamento do Massacre do Carandiru começou nesta segunda-feira com 26 policiais no banco dos réus pela morte de 73 dos 111 presos assassinados em 1992 no Carandiru, de São Paulo, o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro.

Os policiais julgados na segunda fase, dos quais três não se apresentaram hoje, são acusados da morte de 73 presos que estavam no segundo andar do pavilhão nove da prisão.

A promotoria acusou 30 policiais pelas mortes no segundo andar, mas três morreram e um será julgado em separado pela alegação de seus advogados de sofrer problemas mentais ter sido aceita. Dos 26 acusados restantes, somente nove permanecem na polícia.

O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, responsável pelo processo informou que o julgamento vai ser realizado em jornadas que começam às 10h, sem previsão para terminar.

O julgamento começou hoje com a eleição de um júri integrado por sete homens, escolhidos por sorteio e submetidos imediatamente a exames médicos para confirmar suas condições de saúde. Os jurados receberam parte da documentação sobre o julgamento que vai se seguir a audição das testemunhas de acusação.

A única testemunha que compareceu hoje foi o perito em investigação criminal Osvaldo Negrini Neto que, como na primeira fase, afirmou que a cena do crime foi alterada. O perito também reiterou que a equipe da perícia foi impedida de entrar na cena depois do massacre.

Negrini Neto relatou que o lugar foi limpo e que nos corredores do segundo andar não havia sinais de tiros, só dentro das celas, o que reforça a teoria da acusação de que os presos foram massacrados, e rebate a alegação da defesa de que os policiais foram recebidos a tiros pelos detentos.

'Vi uma mancha escura descendo pelas escadas, depois notei que era sangue e me perguntei: como poderia haver um rio de sangue? Foi quando vi um mar de cadáveres e contei noventa amontoados', descreveu Negrini Neto.

A promotoria tinha planejado chamar outras sete testemunhas, mas só apresentou a declaração de dois sobreviventes e do ex-diretor de disciplina, em vídeos gravados na primeira fase há três meses.

A programação inicial do julgamento prevê que as testemunhas da defesa sejam ouvidas na terça-feira e os acusados interrogados a partir de quarta.

A primeira das quatro fases do julgamento terminou em 21 de abril com a condenação a 156 anos de prisão para cada um dos 23 policiais acusados pela morte de treze presos que estavam em celas e corredores. O motim realizado pelos detentos do pavilhão nove desencadeou a mais sangrenta repressão policial da história do país.

A penitenciária, então a maior de São Paulo, era considerada por organizações humanitárias como o melhor exemplo das deficiências do sistema penitenciário do Brasil por seu alto grau de aglomeração. O complexo penitenciário foi desativado e transformado em um parque com biblioteca.

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São Paulo - A segunda fase do julgamento do Massacre do Carandiru começou nesta segunda-feira com 26 policiais no banco dos réus pela morte de 73 dos 111 presos assassinados em 1992 no Carandiru, de São Paulo, o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro.

Os policiais julgados na segunda fase, dos quais três não se apresentaram hoje, são acusados da morte de 73 presos que estavam no segundo andar do pavilhão nove da prisão.

A promotoria acusou 30 policiais pelas mortes no segundo andar, mas três morreram e um será julgado em separado pela alegação de seus advogados de sofrer problemas mentais ter sido aceita. Dos 26 acusados restantes, somente nove permanecem na polícia.

O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, responsável pelo processo informou que o julgamento vai ser realizado em jornadas que começam às 10h, sem previsão para terminar.

O julgamento começou hoje com a eleição de um júri integrado por sete homens, escolhidos por sorteio e submetidos imediatamente a exames médicos para confirmar suas condições de saúde. Os jurados receberam parte da documentação sobre o julgamento que vai se seguir a audição das testemunhas de acusação.

A única testemunha que compareceu hoje foi o perito em investigação criminal Osvaldo Negrini Neto que, como na primeira fase, afirmou que a cena do crime foi alterada. O perito também reiterou que a equipe da perícia foi impedida de entrar na cena depois do massacre.

Negrini Neto relatou que o lugar foi limpo e que nos corredores do segundo andar não havia sinais de tiros, só dentro das celas, o que reforça a teoria da acusação de que os presos foram massacrados, e rebate a alegação da defesa de que os policiais foram recebidos a tiros pelos detentos.

'Vi uma mancha escura descendo pelas escadas, depois notei que era sangue e me perguntei: como poderia haver um rio de sangue? Foi quando vi um mar de cadáveres e contei noventa amontoados', descreveu Negrini Neto.

A promotoria tinha planejado chamar outras sete testemunhas, mas só apresentou a declaração de dois sobreviventes e do ex-diretor de disciplina, em vídeos gravados na primeira fase há três meses.

A programação inicial do julgamento prevê que as testemunhas da defesa sejam ouvidas na terça-feira e os acusados interrogados a partir de quarta.

A primeira das quatro fases do julgamento terminou em 21 de abril com a condenação a 156 anos de prisão para cada um dos 23 policiais acusados pela morte de treze presos que estavam em celas e corredores. O motim realizado pelos detentos do pavilhão nove desencadeou a mais sangrenta repressão policial da história do país.

A penitenciária, então a maior de São Paulo, era considerada por organizações humanitárias como o melhor exemplo das deficiências do sistema penitenciário do Brasil por seu alto grau de aglomeração. O complexo penitenciário foi desativado e transformado em um parque com biblioteca.

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