86% dos brasileiros defendem restrições ao uso de celular nas escolas, revela pesquisa da Nexus (Freepik/Divulgação)
Redatora
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 15h51.
Uma pesquisa realizada pela Nexus, empresa de pesquisa e inteligência de dados da FSB Holding, revelou que 86% dos brasileiros apoia algum tipo de restrição ao uso de celulares em escolas. Um total de 54% são favoráveis à proibição total dos dispositivos, enquanto 32% defendem o uso apenas para atividades pedagógicas, mediante autorização do professor.
Realizada com 2.010 pessoas, a pesquisa reflete uma crescente preocupação com o impacto dos celulares no ambiente educacional. Ela foi conduzida com entrevistas face a face em todas as 27 Unidades da Federação, entre os dias 22 e 27 de outubro de 2024. A amostra representa brasileiros com 16 anos ou mais e possui uma margem de erro de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Esses dados reforçam o cenário favorável a restrições discutidas atualmente no Congresso. A Câmara dos Deputados avalia um projeto de lei para limitar o uso de celulares em escolas. A proposta aprovada pela Comissão de Educação proíbe o uso de celulares para crianças de até 10 anos e libera apenas para atividades pedagógicas a partir dos 11 anos.
Os jovens de 16 a 24 anos se destacam entre os que apoiam algum nível de restrição. Nessa faixa etária, 89% dos entrevistados concordam com alguma forma de controle do uso de celulares: 46% apoiam a proibição total, enquanto 43% preferem a liberação controlada. Apenas 11% dos jovens são contrários a essas medidas. Já entre os mais velhos, a aceitação da proibição total é maior, especialmente entre os entrevistados com mais de 60 anos, grupo em que 58% defendem a medida.
O levantamento também identificou que pessoas de renda mais alta tendem a apoiar mais a proibição dos celulares nas escolas. Entre os entrevistados que recebem acima de cinco salários mínimos, 67% defendem a proibição total, enquanto essa porcentagem cai para 54% entre a população geral. A oposição à medida é mais comum entre pessoas de renda até um salário mínimo (17%), mas ainda assim representa uma minoria.
Segundo Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, a preocupação com o uso excessivo de celulares nas escolas vai além das questões educacionais, indicando um desejo de controle e foco no aprendizado. “O debate sobre a imposição de restrições ao celular nas escolas revela uma preocupação geral da sociedade, que quer preservar o processo de aprendizado e evitar distrações”, afirma Tokarski.