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Lula responsabiliza Dilma por busca na casa do seu filho

Em conversa com pelo menos três amigos, nesta segunda-feira, 26, em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e disse que a situação "passou dos limites"

Ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff: "A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção", afirmou Lula (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2015 às 08h53.

Brasília - Na véspera de completar 70 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a mágoa com Dilma Rousseff e responsabilizou a sucessora pela operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís Cláudio, seu filho mais novo.

Em conversa com pelo menos três amigos, nesta segunda-feira, 26, em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e disse que a situação "passou dos limites".

Para o ex-presidente, Dilma só ouve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - que, na sua avaliação, quer apenas "aparecer" -, e não entende que, em nome do combate à corrupção, pode destruir o projeto político do PT.

Em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tentou ontem pôr panos quentes na crise e acalmar Lula. Não conseguiu. "O governo não tem qualquer interferência nas investigações. Agora, nem a Operação Lava Jato nem a Zelotes podem ser a agenda do País", disse Wagner. "Precisamos virar essa página."

Lula estará na quinta-feira em Brasília, para participar da reunião do Diretório Nacional petista, e vai pregar uma forte reação do partido ao que chama de "ofensiva" para destruir o PT e o seu legado. Na ocasião, receberá a solidariedade dos correligionários.

Além de Luís Cláudio, o presidente do Sesi, Gilberto Carvalho - chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010 e ministro da Secretaria-Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma - também foi citado no relatório da Operação Zelotes.

Braço direito de Lula, apelidado por ele de "Gilbertinho", Carvalho prestou depoimento ontem no inquérito que investiga a denúncia de compra de medidas provisórias para favorecer o setor automotivo.

"Mentirão"

Um dos amigos que conversaram com Lula contou que ele estava "furioso" e chegou a chamar a delação premiada feita em outras operações, como a Lava Jato, de "mentirão premiado".

Disse, ainda, que o governo Dilma "perdeu o controle" das investigações e que ilações são vazadas, sem prova, para enfraquecê-lo e impedir uma nova candidatura dele, em 2018.

No diagnóstico de Lula, a Polícia Federal está cometendo "abusos", com desrespeito à Constituição, e os acusados não têm acesso às acusações para se defender. "A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção", afirmou.

Abatido, ele disse não querer impedir nenhum inquérito e lembrou que, em 2007, até seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, foi investigado pela PF na Operação Xeque Mate. Comentou, porém, que, à época, não havia "perseguição".

O ex-presidente disse ter perdido até mesmo o ânimo para comemorar, hoje, o seu aniversário, mas o Instituto Lula vai organizar uma reunião para lembrar a data.

Os amigos queriam promover uma festa para Lula, na quinta-feira, no restaurante São Judas, em São Bernardo do Campo (SP). Na semana passada, porém, ele pediu para cancelar a confraternização.

Em nota, o Instituto Lula afirmou que "não têm qualquer fundamento" as informações de que o ex-presidente responsabilizou Dilma pela ação da Polícia Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Na véspera de completar 70 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a mágoa com Dilma Rousseff e responsabilizou a sucessora pela operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís Cláudio, seu filho mais novo.

Em conversa com pelo menos três amigos, nesta segunda-feira, 26, em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e disse que a situação "passou dos limites".

Para o ex-presidente, Dilma só ouve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - que, na sua avaliação, quer apenas "aparecer" -, e não entende que, em nome do combate à corrupção, pode destruir o projeto político do PT.

Em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tentou ontem pôr panos quentes na crise e acalmar Lula. Não conseguiu. "O governo não tem qualquer interferência nas investigações. Agora, nem a Operação Lava Jato nem a Zelotes podem ser a agenda do País", disse Wagner. "Precisamos virar essa página."

Lula estará na quinta-feira em Brasília, para participar da reunião do Diretório Nacional petista, e vai pregar uma forte reação do partido ao que chama de "ofensiva" para destruir o PT e o seu legado. Na ocasião, receberá a solidariedade dos correligionários.

Além de Luís Cláudio, o presidente do Sesi, Gilberto Carvalho - chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010 e ministro da Secretaria-Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma - também foi citado no relatório da Operação Zelotes.

Braço direito de Lula, apelidado por ele de "Gilbertinho", Carvalho prestou depoimento ontem no inquérito que investiga a denúncia de compra de medidas provisórias para favorecer o setor automotivo.

"Mentirão"

Um dos amigos que conversaram com Lula contou que ele estava "furioso" e chegou a chamar a delação premiada feita em outras operações, como a Lava Jato, de "mentirão premiado".

Disse, ainda, que o governo Dilma "perdeu o controle" das investigações e que ilações são vazadas, sem prova, para enfraquecê-lo e impedir uma nova candidatura dele, em 2018.

No diagnóstico de Lula, a Polícia Federal está cometendo "abusos", com desrespeito à Constituição, e os acusados não têm acesso às acusações para se defender. "A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção", afirmou.

Abatido, ele disse não querer impedir nenhum inquérito e lembrou que, em 2007, até seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, foi investigado pela PF na Operação Xeque Mate. Comentou, porém, que, à época, não havia "perseguição".

O ex-presidente disse ter perdido até mesmo o ânimo para comemorar, hoje, o seu aniversário, mas o Instituto Lula vai organizar uma reunião para lembrar a data.

Os amigos queriam promover uma festa para Lula, na quinta-feira, no restaurante São Judas, em São Bernardo do Campo (SP). Na semana passada, porém, ele pediu para cancelar a confraternização.

Em nota, o Instituto Lula afirmou que "não têm qualquer fundamento" as informações de que o ex-presidente responsabilizou Dilma pela ação da Polícia Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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