Lula reclama de "linchamento midiático"
O ex-presidente disse que gestão do PT deu autonomia à PF
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 13h14.
Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um discurso de homenagem ao ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, morto no mês passado, para defender os governos do PT de denúncias de corrupção e argumentar que eles deram autonomia à Polícia Federal.
Em referência velada à Operação Lava Jato , Lula criticou ainda o que chamou de "vazamentos seletivos" e "linchamento midiático".
Deflagrada pela PF, a Lava Jato investiga um esquema de desvio de recursos da Petrobras e de pagamento de propina a partidos políticos.
As apurações atingiram aliados do Palácio do Planalto e têm desgastado o governo da presidente Dilma Rousseff, municiando duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso e aumentado a pressão pela troca de toda a diretoria da estatal.
Para Lula, hoje "setores partidários e da imprensa" fazem "tábula rasa de sagrados princípios do Estado de direito". "Nesse momento que se realizam investigações capazes de conduzir ao expurgo de praticas ilícitas e ao juízo de corruptos e corruptores, há setores que se lançam à manipulação de denúncia e ao vazamento seletivo de inquéritos", afirmou o ex-presidente.
"Pessoas e instituições investigadas tornam-se alvo de prejulgamento público sem acesso proporcional ao direito de defesa", acrescentou.
O petista participou na manhã desta quinta-feira, 18, de cerimônia em homenagem aos 10 anos da Reforma do Judiciário, solenidade que também contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, do procurador-geral da República Rodrigo Janot e do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Numa referência breve ao tema, Cardozo foi no mesmo sentido de Lula e disse que Thomaz Bastos sempre pedia cuidado para que "as operações da Polícia Federal não sejam espetacularizadas", sob o risco de pessoas serem condenadas "como se estivessem numa arena romana".
Vazamentos
Ao criticar o vazamento de informações das apurações para os meios de comunicação, Lula pontuou que todos os que lutam pela democracia são "defensores intransigentes da liberdade de imprensa e da livre manifestação", mas condenou que "esse tipo de recurso seja utilizado na luta política".
Em sua fala, o ex-presidente disse que a Polícia Federal ganhou independência em seu primeiro mandato, quando Márcio Thomaz Bastos foi nomeado ministro da Justiça.
"Por muito tempo a Polícia Federal foi reduzida ao papel de instrumento da repressão política", declarou.
"A partir daquela indicação (quando Bastos convidou o delegado Paulo Lacerda para comandar a corporação), a Polícia Federal conquistou finalmente o seu espaço republicano".
Lula citou então números que, segundo ele, comprovam a autonomia conferida à PF. Segundo ele, nos dois primeiros anos da gestão de Bastos foram realizadas 77 operações de combate à corrupção, o dobro dos oito anos anteriores (quando o PSDB governou o País).
Nesse primeiro biênio, foram presos e levados à Justiça 1.541 indiciados, sendo que 445 eram autoridades ou servidores públicos, de acordo com Lula, para quem a PF passou a alcançar "indistintamente ministros, prefeitos e deputados de diversos partidos".
"A sociedade nunca esteve tão amparada de meios institucionais no combate à corrupção", concluiu.
Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um discurso de homenagem ao ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, morto no mês passado, para defender os governos do PT de denúncias de corrupção e argumentar que eles deram autonomia à Polícia Federal.
Em referência velada à Operação Lava Jato , Lula criticou ainda o que chamou de "vazamentos seletivos" e "linchamento midiático".
Deflagrada pela PF, a Lava Jato investiga um esquema de desvio de recursos da Petrobras e de pagamento de propina a partidos políticos.
As apurações atingiram aliados do Palácio do Planalto e têm desgastado o governo da presidente Dilma Rousseff, municiando duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso e aumentado a pressão pela troca de toda a diretoria da estatal.
Para Lula, hoje "setores partidários e da imprensa" fazem "tábula rasa de sagrados princípios do Estado de direito". "Nesse momento que se realizam investigações capazes de conduzir ao expurgo de praticas ilícitas e ao juízo de corruptos e corruptores, há setores que se lançam à manipulação de denúncia e ao vazamento seletivo de inquéritos", afirmou o ex-presidente.
"Pessoas e instituições investigadas tornam-se alvo de prejulgamento público sem acesso proporcional ao direito de defesa", acrescentou.
O petista participou na manhã desta quinta-feira, 18, de cerimônia em homenagem aos 10 anos da Reforma do Judiciário, solenidade que também contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, do procurador-geral da República Rodrigo Janot e do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Numa referência breve ao tema, Cardozo foi no mesmo sentido de Lula e disse que Thomaz Bastos sempre pedia cuidado para que "as operações da Polícia Federal não sejam espetacularizadas", sob o risco de pessoas serem condenadas "como se estivessem numa arena romana".
Vazamentos
Ao criticar o vazamento de informações das apurações para os meios de comunicação, Lula pontuou que todos os que lutam pela democracia são "defensores intransigentes da liberdade de imprensa e da livre manifestação", mas condenou que "esse tipo de recurso seja utilizado na luta política".
Em sua fala, o ex-presidente disse que a Polícia Federal ganhou independência em seu primeiro mandato, quando Márcio Thomaz Bastos foi nomeado ministro da Justiça.
"Por muito tempo a Polícia Federal foi reduzida ao papel de instrumento da repressão política", declarou.
"A partir daquela indicação (quando Bastos convidou o delegado Paulo Lacerda para comandar a corporação), a Polícia Federal conquistou finalmente o seu espaço republicano".
Lula citou então números que, segundo ele, comprovam a autonomia conferida à PF. Segundo ele, nos dois primeiros anos da gestão de Bastos foram realizadas 77 operações de combate à corrupção, o dobro dos oito anos anteriores (quando o PSDB governou o País).
Nesse primeiro biênio, foram presos e levados à Justiça 1.541 indiciados, sendo que 445 eram autoridades ou servidores públicos, de acordo com Lula, para quem a PF passou a alcançar "indistintamente ministros, prefeitos e deputados de diversos partidos".
"A sociedade nunca esteve tão amparada de meios institucionais no combate à corrupção", concluiu.