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Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2013 às 10h21.
São Paulo – Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, publicada na edição deste domingo, a presidente Dilma Rousseff disse que um possível movimento pedindo a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não cola”.
Boa parte das decisões da presidente ocorrem com a benção de Lula, quase como um conselheiro informal. Recentemente, a presidente decidiu manter os ministérios como estão, decisão tomada após uma longa conversa com Lula, segundo fontes.
“(...) eu e Lula somos indissociáveis. Então esse tipo de coisa [movimentos que pedem a volta do ex-presidente], entre nós, não gruda, não cola. Agora, falar volta Lula e tal... Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu”, disse a presidente.
Protestos
Na entrevista, concedida para a jornalista Mônica Bergamo, a presidente voltou a comentar os recentes protestos que tomaram conta do país. As manifestações começaram com demandas que tinham foco no transporte público, mas cresceram e ganharam novos temas, como corrupção, contra a realização da Copa e por projetos de leis específicos, como o que trata da chamada “cura gay”.
A presidente voltou a falar do discurso que fez sobre o assunto, onde afirmou que quem conquista direitos, “não quer voltar para trás”. Afirmou que não se assustou com as manifestações, que já participou de muitas passeatas entre os 30 e 40 anos de idade, mas que atualmente, se não fosse presidente, “com 65 anos, não iria [nas manifestações]”.
Economia
Com fraco crescimento econômico e inflação em alta, as críticas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuam. Ao ser perguntada se o ministro tinha garantia no cargo, a presidente respondeu: “O Guido está onde sempre esteve: no Ministério da Fazenda. E vocês podem me matar, mas eu não vou falar de reforma ministerial”.
A presidente voltou a defender que a inflação está sob controle, defendeu a política fiscal, e, ao ser perguntada sobre o fraco crescimento do Brasil, disse que o mundo todo está crescendo pouco. “Nós não somos uma ilha”, disse.
*Atualizada às 10h20, para inclusão de novos trechos da entrevista