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Lula: Mesmo que eu seja preso, minhas ideias não serão apagadas

Eles sabem que não vou morrer, pois a carne pode até apodrecer, mas não as ideias que divulguei e que tomaram conta deste país, disse o ex-presidente

Lula: ele disse que o tempo de prisão imposto pela justiça faz parte de uma perseguição política (Patrícia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Lula: ele disse que o tempo de prisão imposto pela justiça faz parte de uma perseguição política (Patrícia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2018 às 06h24.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 12h36.

Salvador - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, em um ato paralelo ao Fórum Social Mundial, que os responsáveis pela perseguição política que diz estar sofrendo podem prende-lo em uma cela, mas que não poderão deter suas idéias propagadas no Brasil e na América Latina.

"Eles sabem que não vou morrer, pois a carne pode até apodrecer, mas não as ideias que divulguei e que tomaram conta deste país e do continente", afirmou Lula, em um ato de defesa da democracia na América Latina, para uma multidão no estádio Pituaçu, em Salvador (Bahia).

Lula insistiu que a condenação de 12 anos que lhe foi imposta por corrupção, os outros processos que enfrenta na Justiça e a iminência de ser preso fazem parte de uma perseguição política para impedir que dispute as eleições presidenciais de outubro.

Mas esclareceu que, mesmo com ele preso, nada poderá impedir um povo que durante seu governo aprendeu a desfrutar da democracia e quer reconquistá-la.

"Eu quero que eles entendam que não serve de nada perseguir o Lula. Eu sou só um ser humano e posso morrer em qualquer momento, mas as nossas ideias já estão no ar", afirmou Lula, que participou do ato ao lado de dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), por sua sucessora Dilma Rousseff, e pelo ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya.

Em seu discurso, Lula lembrou da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), uma crítica da violência policial e da intervenção militar no Rio de Janeiro, que foi assassinada na noite da quarta-feira.

"Mataram a carne dela, mas não suas ideias que hoje são mais fortes. Hoje, todos os brasileiros dizem que eles se chamam Marielle e que vão ganhar a luta na que ela estava empenhada", disse.

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