O Banco Central (BC) terá de transferir cerca de R$ 9 bilhões ao Tesouro Nacional. A quantia corresponde ao lucro de R$ 10,8 bilhões da instituição no primeiro semestre, menos o custo de R$ 1,8 bilhão para manter as reservas internacionais no mesmo período.

Os números constam do balanço do Banco Central, aprovado nesta quarta-feira (25) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

De acordo com o diretor de Administração do BC, Anthero Meirelles, os resultados positivos decorrem da política adotada pelo banco para o controle da inflação. Por causa do aumento do compulsório (parcela que os bancos são obrigados a manter no Banco Central), o BC reduziu as despesas com títulos compromissados, que enxugam o excesso de dinheiro no mercado.

O custo com as reservas internacionais decorrem da diferença entre o rendimento de aplicar o dinheiro no Brasil – remunerado pela Selic, a taxa básica de juros – e das aplicações no exterior. As reservas passaram de US$ 239 bilhões em 31 de dezembro de 2009 para US$ 253 bilhões em 30 de junho de 2010. Se o dinheiro fosse aplicado no Brasil, deixaria de ser reserva internacional.

No primeiro semestre de 2009, o Banco Central teve prejuízo de R$ 941 milhões. Se fossem contabilizados os custos de administração das reservas internacionais, no entanto, o prejuízo seria de R$ 95 bilhões. Desde 2008, a contabilidade do BC separa os lucros e prejuízos da instituição e os custos de carregar as reservas internacionais.

Apesar do lucro em 2010, Meirelles afirmou que o objetivo do Banco Central não é dar lucro. "O Banco Central não segue resultado positivo, mas o controle da inflação. O resultado, lucro ou prejuízo, é obtido em função da própria dinâmica de mercado, mas o objetivo é manter a estabilidade monetária".

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