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Livre ou preso, Lula será eleito presidente, diz Dilma na Argentina

A ex-presidente declarou que o petista já não é "uma pessoa física, mas uma ideia", e que "se transformou em um símbolo do Brasil"

Dilma e Lula: no ato, a ex-presidente expressou preocupação com a presença do líder petista na prisão (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Dilma e Lula: no ato, a ex-presidente expressou preocupação com a presença do líder petista na prisão (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de maio de 2018 às 07h22.

Última atualização em 2 de maio de 2018 às 07h40.

Buenos Aires - A ex-presidente Dilma Rousseff garantiu nesta terça-feira na Argentina que, "livre ou preso, Lula será eleito presidente" nas próximas eleições, e declarou que teme pela sua vida.

A ex-governante apresentou na Feira do Livro de Buenos Aires "A verdade vencerá", uma obra escrita pelo próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem a Justiça pode impedir de concorrer por estar cumprindo uma condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Acompanhada do ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, e do ex-prefeito da Cidade do México, Cuauhtémoc Cárdenas, e membros da oposição argentina, Dilma declarou que Lula já não é "uma pessoa física, mas uma ideia", e que "se transformou em um símbolo do Brasil, das oportunidades para que o povo possa crescer".

No ato, no qual o público não parou de gritar "Lula livre", a ex-presidente expressou preocupação com a presença do líder petista na prisão.

"Temo pela vida de Lula, temo pela comida que come e pela água que toma, temo porque impediram que seja visitado por um médico", lamentou.

Dilma também qualificou como "golpe" a prisão do ex-governante, efetuada porque a oposição "não tem candidato", e lembrou que Lula aparece como favorito em todas as pesquisas de intenção de voto.

"Lula é a única pessoa no Brasil que está em condições de construir pontes, de impedir que o ódio se transforme em violência", destacou Dilma, citando como exemplo o assassinato da vereadora Marielle Franco, que tem "conteúdo político".

Para Dilma, no Brasil "é um crime colocar os pobres no centro" do programa político, o que incomodou as elites porque "antes os recursos econômicos estavam extremamente concentrados".

Por sua vez, o ex-presidente colombiano, Ernesto Samper, declarou que "por trás da prisão de Lula há uma perseguição hemisférica das forças progressistas da América Latina".

Samper apontou como responsáveis grupos econômicos, midiáticos e judiciais, que se transformaram nos novos atores políticos principais "sem representar politicamente ninguém", e lhes culpou por outros casos como a vitória do "não" no primeiro referendo pela paz na Colômbia.

Na mesma linha, o ex-prefeito da Cidade do México, Cuauhtémoc Cárdenas definiu a destituição de Dilma como "o golpe do projeto hegemônico de despojo de nossos povos e da corrupção legislativa", que se prolonga com a prisão "sem causa e arbitrária" de Lula.

Já o vencedor Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, assegurou que o Brasil "hoje não tem liberdade", porque "atacaram, perseguiram e assassinaram" membros da oposição.

Por sua vez, a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, que falou de Lula e Dilma como seus "queridos amigos", destacou que seu grupo "venera o Brasil porque foi o primeiro país latino-americano que nos abriu os braços em épocas muito perigosas".

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