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Linhão de Belo Monte vai operar com restrição durante análise de blecaute

O apagão, que foi o maior no país desde 2009, desligou cerca de 25 por cento da carga no país e teve impactos em todas as regiões

Apagão: blecaute atingiu principalmente o Norte e o Nordeste (Kostas Tsironis/Bloomberg/Bloomberg)

Apagão: blecaute atingiu principalmente o Norte e o Nordeste (Kostas Tsironis/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 23 de março de 2018 às 15h32.

Última atualização em 23 de março de 2018 às 17h38.

São Paulo - Uma linha de ultra-alta tensão que transporta a energia da usina de Belo Monte irá operar com limitação enquanto durarem investigações sobre um enorme blecaute que atingiu principalmente o Norte e o Nordeste na quarta-feira após a falha de um disjuntor em uma subestação do empreendimento, disse nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O apagão, que foi o maior no país desde 2009, desligou cerca de 25 por cento da carga no país e teve impactos em todas as regiões.

O chamado "linhão", que carrega a energia da hidrelétrica na região Norte até o Sudeste, onde se concentra o consumo de energia, havia acabado de receber naquela quarta-feira liberação para operar com potência plena de 4.000 megawatts (MW), após a conclusão com sucesso de testes, disse o ONS em um boletim nesta sexta-feira.

"Até que seja realizada a análise desta perturbação e as adequações que se fizerem necessárias, as operações do bipolo Xingú-Estreito (o linhão) e do fluxo Norte-Sul deverão estar limitadas em 1.700 MW e 1.000 MW, respectivamente", afirma o documento.

O diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse que haverá uma "análise criteriosa" do incidente, que deverá levar de 10 a 15 dias e começará com uma ampla reunião na segunda-feira com presença também da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da empresa que opera a linha, a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), uma sociedade entre a chinesa State Grid e a Eletrobras.

"Todas as vezes em que a gente tem um distúrbio dessa dimensão, há uma sede enorme de saber o que foi, quem foi, como vai ser punido, e nós precisamos tomar muito cuidado com a questão do diagnóstico", afirmou, ao participar de evento em São Paulo.

"Caberá ao regulador (Agência Nacional de Energia Elétrica) avaliar se os responsáveis identificados precisarão ser penalizados ou não, é importante a gente mencionar", adicionou.

Também presente no mesmo evento, um dos diretores da Aneel, Tiago de Barros, disse que a análise de eventuais penalidades começará apenas após a conclusão do relatório do ONS sobre as causas do blecaute.

Já a BMTE disse que o linhão teve um desligamento com origem em uma "operação indevida da proteção" de um disjuntor, por "erro no ajuste do equipamento", segundo nota nesta sexta-feira.

"Não houve falha de equipamento... todos os equipamentos são novos, de última geração, e comprados pela BMTE de um dos mais renomados fabricantes mundiais", adicionou a empresa, sem citar o nome do fornecedor.

Carga

O relatório semanal do ONS nesta sexta-feira apontou uma projeção de crescimento de 2,6 por cento na carga de energia do sistema brasileiro em março, quando na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na semana passada a expectativa do órgão era de uma alta de 3 por cento.

O ONS também reduziu ligeiramente as projeções para as chuvas na área dos reservatórios das hidrelétricas em todas regiões do país, exceto no Sul.

No Sudeste, que concentra os maiores reservatórios, a previsão é de precipitações em 86 por cento da média histórica, contra 88 por cento na semana anterior.

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