Limites a caminhões por incêndio em Santos afetam entregas
Medida de controle por conta do incêndio causava congestionamentos na Rodovia Anchieta e também afetava a chegada e a saída de mercadorias hoje
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 20h57.
São Paulo - Uma medida de controle de tráfego de caminhões por conta do incêndio em tanques de combustíveis da Ultracargo no porto de Santos causou congestionamentos na Rodovia Anchieta nesta segunda-feira e afetou a chegada e a saída de mercadorias na margem direita portuária, na cidade santista.
Por ora, contudo, as exportações pelo principal porto do país, que concentra a maior parte dos embarques de soja, suco de laranja, café e açúcar do Brasil, não são afetadas porque há estoques portuários para abastecer os navios, disseram autoridades e representantes do setor privado.
"Por enquanto não tem impacto nenhum. Qualquer coisa que aconteça em Santos, preocupa. Mas podemos dizer que o fogo não altera em nada as exportações previstas para abril. Os armazéns estão cheios, e os navios continuam carregando normalmente", afirmou à Reuters o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, no início da manhã.
O Gabinete de Integração, que reúne a prefeitura santista e os governos estadual e federal, informou que o acesso de caminhões ao porto de Santos pela margem direita ficará bloqueado até a próxima sexta-feira.
A expectativa inicial era de que o tráfego fosse liberado na terça-feira. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa a indústria de soja, líder nas exportações brasileiras, afirmou que não houve nenhuma manifestação por parte das empresas associadas, "pois ainda há estoque no porto".
Comentário da CitrusBR, que representa os exportadores de suco de laranja, também seguiu na mesma linha. "O máximo de dor de cabeça é no trânsito dos caminhões, mas longe de trazer algum tipo de prejuízo", disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
A Petrobras também disse que até o momento o incêndio, que começou na quinta-feira, não afetou o mercado de gasolina e etanol, e que está atendendo normalmente às demandas de derivados.
A administração portuária afirmou que o bloqueio ao acesso pela margem direita não tem efeito imediato nas exportações, mas não soube precisar o volume de produtos estocados ou quanto tempo os estoques podem atender as exportações sem que o ritmo de embarques fosse afetado.
A margem direita conta com terminais que exportam desde soja a produtos manufaturados, embarcados em contêineres. Os limites para descarregamento no porto santista preocupam porque o Brasil está no início da exportação da safra 2014/15 de soja, quando normalmente aumenta o fluxo de veículos levando cargas até Santos. "Se uma coisa dessas se prolongar, começa a ter dificuldade de abastecer os navios de grãos, mas é uma coisa muito prematura de se pensar", disse Mendes, da Anec, mais cedo.
INCÊNDIO
Dois tanques ainda estavam em chamas nesta segunda-feira em parte do terminal da Ultracargo, do grupo Ultra . "Os trabalhos para o isolamento da área e contenção do fogo prosseguem sem interrupção", informou a empresa.
A presidente Dilma Rousseff determinou aos órgãos do governo federal, como Infraero e Força Aérea Brasileira, que prestem auxílio ao governo de São Paulo e à prefeitura de Santos. Dilma ordenou que os órgãos "coloquem homens e equipamentos para auxiliar no combate ao incêndio", disse a Presidência em nota. Seis tanques da empresa foram atingidos pelo incêndio.
"O incêndio foi reduzido após a chegada de novos equipamentos e materiais desde a noite de sábado, cedidos por empresas parceiras, entre elas a Petrobras, e participantes do Plano de Auxílio Mútuo", disse a Ultrapar, que possui um total de 175 tanques no terminal portuário em Santos.
Os seis tanques atingidos possuem capacidade de 5 e 6 mil metros cúbicos, totalizando 34 mil metros cúbicos de capacidade, equivalentes a 4 por cento da capacidade total instalada da Ultracargo.
Segundo informação do Corpo de Bombeiros, os trabalhos buscavam resfriar os tanques próximos para impedir o alastramento do fogo, já que afirmam não haver muito a fazer antes que todo o combustível seja consumido pelas chamas.
BLOQUEIOS
A proibição de acesso pela margem direita foi tomada para que não haja problemas na entrada da cidade de Santos por conta do incêndio. "Nossa preocupação é preservar o direito e mobilidade do santista", afirmou o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, segundo o comunicado.
O bloqueio a caminhões com destino à margem direita do porto será expandido também ao Rodoanel e às rodovias Imigrantes, Anhanguera, Dutra e Ayrton Senna, de acordo com a nota da prefeitura.
O fogo limitava nesta segunda-feira somente a atracação de navios no Terminal para Granéis Líquidos da Alemoa, segundo a administração portuária.
Os demais 53 terminais do porto operavam normalmente, segundo o porto, pois o trecho interditado (com cerca de dois quilômetros), fica no final do canal de navegação. Cinco navios aguardavam no domingo para atracar no terminal de granéis líquidos da Alemoa.
*Texto atualizado às 20h57
São Paulo - Uma medida de controle de tráfego de caminhões por conta do incêndio em tanques de combustíveis da Ultracargo no porto de Santos causou congestionamentos na Rodovia Anchieta nesta segunda-feira e afetou a chegada e a saída de mercadorias na margem direita portuária, na cidade santista.
Por ora, contudo, as exportações pelo principal porto do país, que concentra a maior parte dos embarques de soja, suco de laranja, café e açúcar do Brasil, não são afetadas porque há estoques portuários para abastecer os navios, disseram autoridades e representantes do setor privado.
"Por enquanto não tem impacto nenhum. Qualquer coisa que aconteça em Santos, preocupa. Mas podemos dizer que o fogo não altera em nada as exportações previstas para abril. Os armazéns estão cheios, e os navios continuam carregando normalmente", afirmou à Reuters o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, no início da manhã.
O Gabinete de Integração, que reúne a prefeitura santista e os governos estadual e federal, informou que o acesso de caminhões ao porto de Santos pela margem direita ficará bloqueado até a próxima sexta-feira.
A expectativa inicial era de que o tráfego fosse liberado na terça-feira. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa a indústria de soja, líder nas exportações brasileiras, afirmou que não houve nenhuma manifestação por parte das empresas associadas, "pois ainda há estoque no porto".
Comentário da CitrusBR, que representa os exportadores de suco de laranja, também seguiu na mesma linha. "O máximo de dor de cabeça é no trânsito dos caminhões, mas longe de trazer algum tipo de prejuízo", disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
A Petrobras também disse que até o momento o incêndio, que começou na quinta-feira, não afetou o mercado de gasolina e etanol, e que está atendendo normalmente às demandas de derivados.
A administração portuária afirmou que o bloqueio ao acesso pela margem direita não tem efeito imediato nas exportações, mas não soube precisar o volume de produtos estocados ou quanto tempo os estoques podem atender as exportações sem que o ritmo de embarques fosse afetado.
A margem direita conta com terminais que exportam desde soja a produtos manufaturados, embarcados em contêineres. Os limites para descarregamento no porto santista preocupam porque o Brasil está no início da exportação da safra 2014/15 de soja, quando normalmente aumenta o fluxo de veículos levando cargas até Santos. "Se uma coisa dessas se prolongar, começa a ter dificuldade de abastecer os navios de grãos, mas é uma coisa muito prematura de se pensar", disse Mendes, da Anec, mais cedo.
INCÊNDIO
Dois tanques ainda estavam em chamas nesta segunda-feira em parte do terminal da Ultracargo, do grupo Ultra . "Os trabalhos para o isolamento da área e contenção do fogo prosseguem sem interrupção", informou a empresa.
A presidente Dilma Rousseff determinou aos órgãos do governo federal, como Infraero e Força Aérea Brasileira, que prestem auxílio ao governo de São Paulo e à prefeitura de Santos. Dilma ordenou que os órgãos "coloquem homens e equipamentos para auxiliar no combate ao incêndio", disse a Presidência em nota. Seis tanques da empresa foram atingidos pelo incêndio.
"O incêndio foi reduzido após a chegada de novos equipamentos e materiais desde a noite de sábado, cedidos por empresas parceiras, entre elas a Petrobras, e participantes do Plano de Auxílio Mútuo", disse a Ultrapar, que possui um total de 175 tanques no terminal portuário em Santos.
Os seis tanques atingidos possuem capacidade de 5 e 6 mil metros cúbicos, totalizando 34 mil metros cúbicos de capacidade, equivalentes a 4 por cento da capacidade total instalada da Ultracargo.
Segundo informação do Corpo de Bombeiros, os trabalhos buscavam resfriar os tanques próximos para impedir o alastramento do fogo, já que afirmam não haver muito a fazer antes que todo o combustível seja consumido pelas chamas.
BLOQUEIOS
A proibição de acesso pela margem direita foi tomada para que não haja problemas na entrada da cidade de Santos por conta do incêndio. "Nossa preocupação é preservar o direito e mobilidade do santista", afirmou o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, segundo o comunicado.
O bloqueio a caminhões com destino à margem direita do porto será expandido também ao Rodoanel e às rodovias Imigrantes, Anhanguera, Dutra e Ayrton Senna, de acordo com a nota da prefeitura.
O fogo limitava nesta segunda-feira somente a atracação de navios no Terminal para Granéis Líquidos da Alemoa, segundo a administração portuária.
Os demais 53 terminais do porto operavam normalmente, segundo o porto, pois o trecho interditado (com cerca de dois quilômetros), fica no final do canal de navegação. Cinco navios aguardavam no domingo para atracar no terminal de granéis líquidos da Alemoa.
*Texto atualizado às 20h57