Petrobras (Paulo Whitaker/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 23 de setembro de 2020 às 09h05.
Última atualização em 23 de setembro de 2020 às 09h09.
A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quarta-feira 25 mandados de busca e apreensão na 75ª fase da Operação Lava-Jato. A investigação apura os possíveis crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro durante a contratação, pela Petrobras, do fornecimento de navios lançadores de linha (PLSV). Os contratos para a construção e o posterior uso em regime de afretamento por oito anos totalizaram US$ 2,7 bilhões. Os contratos foram firmados pelo grupo Seadrill, entre os quais contratos celebrados por meio da empresa Sapura.
Estão sendo cumpridos 20 mandados no Rio de Janeiro, dois em Macaé, um em São Paulo, um em Aracaju e um em Barra do Coqueiros, no Sergipe.
De acordo com a PF, lobistas que atuavam junto a funcionários da estatal petrolífera obtinham de forma indevida informações privilegiadas junto a setores técnicos da empresa para conseguir vantagem na formulação da propostas vencedoras da licitação.
"As empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço licitado, a qual era representada por um dos empresários brasileiros investigado, e que, em virtude dos acertos espúrios, também realizou pagamentos ilícitos aos envolvidos", afirma a Polícia Federal.
Além de colaborações premiadas de lobistas, a Lava-Jato também obteve, por mio de cooperação internacional, informações de que autoridades holandesas também conduziam investigações de fatos ligados ao fornecimento dos navios lançadores de linha.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Lava-Jato também determinou o bloqueio de valores dos investigados. A operaçãõ foi batizada de "Boeman", referência à criatura mítica da Holanda popularmente conhecida como bicho-papão.
O GLOBO está entrando em contato com o Grupo Seadrill.