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Juros do crédito rural subiram menos que taxa Selic

Taxas dos financiamentos rurais estão entre 3,5% e 6,5% ao ano, bem abaixo dos 11% ao ano definidos pelo Comitê de Política Monetária do BC para a Selic

Colheita de cana de açúcar da Biosev em uma fazenda perto de Colombia, Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)

Colheita de cana de açúcar da Biosev em uma fazenda perto de Colombia, Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 19h04.

Brasília - Apesar de terem subido este ano, os juros dos financiamentos rurais continuam baixos, disse hoje (5) o ministro da Agricultura, Neri Geller.

Segundo ele, as taxas das linhas de crédito do Plano Safra aumentaram 1 ponto percentual em 2014, enquanto a taxa Selic – juros básicos da economia – passaram de 7% para 11% no último ano, com alta de 4 pontos percentuais.

“Os juros do crédito rural são os mais baixos para o financiamento do setor, principalmente se comparados à taxa Selic”, disse o ministro ao participar de seminário sobre crédito rural em Brasília, promovido pelo Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) e pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob).

As taxas dos financiamentos rurais, ressaltou o ministro, estão entre 3,5% e 6,5% ao ano, bem abaixo dos 11% ao ano definidos pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central para a Selic.

Mesmo com o aumento deste ano, os juros dos financiamentos agropecuários continuam inferiores aos de outros anos. “Os juros permanecem mais baixos que em 2003, quando variavam de 8,75% a 14% ao ano”, destacou.

Para oferecer taxas mais baixas que as de mercado, o Plano Safra 2014/2015 oferece R$ 8,15 bilhões às cooperativas rurais de crédito.

Do total, R$ 7,25 bilhões destinam-se à equalização das linhas de custeio e de comercialização da safra, e R$ 900 milhões são para a equalização dos investimentos.

A quantia permaneceu inalterada em relação ao ano passado, mas o limite individual para as linhas de custeio subiu de R$ 1 milhão na safra passada para R$ 1,1 milhão.

O superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, considera preocupante a alta dos juros.

“A taxa máxima subiu de 5,5% para 6,5% ao ano. Pode parecer pouco, mas é um aumento de quase 20%. A gente entende a posição do governo, que foi obrigado a reajustar os juros do crédito rural por causa da Selic, mas a questão é preocupante”, declarou.

O Plano Safra destina R$ 700 milhões para o seguro rural, que indeniza produtores em caso de quebra de safra.

Durante o seminário, o secretário do Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, disse que o governo estuda mudanças no modelo de seguro rural para os próximos anos.

As apólices, segundo ele, deixariam de estar atreladas apenas à produção e passariam a considerar também o faturamento.

“Quando a receita do produtor fica abaixo de um limite mínimo, o seguro seria pago. Essa é uma maneira de fazer o seguro rural cobrir não apenas a quebra da produção, mas eventuais quedas de preços. É um modelo mais lógico e mais justo para o produtor rural”, disse. O secretário, no entanto, esclareceu que o novo modelo está em estudo e não tem data para entrar em vigor.

O Plano Safra beneficia os produtores que cumprem exigências ambientais com um aumento de 45% no limite de crédito individual, contra 30% no ano passado.

Para o superintendente do Sicoob de Rio Verde (GO), Edson Melo, o aumento no limite representa um estímulo para que os agricultores atuem de forma ecologicamente correta.

“O produtor que planta com semente certificada, reservas registradas e cumpre uma série de exigências ambientais precisa ter uma compensação porque investiu mais”, explicou.

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