Brasil

Juiz vê "relação íntima e delituosa" entre Henrique Alves e Cunha

Segundo a Procuradoria, Alves teria emprestado contas no exterior a Cunha para receber propinas da Carioca Engenharia

Alves e Cunha: a ação contra os dois é executada em parceria entre a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Distrito Federal (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Alves e Cunha: a ação contra os dois é executada em parceria entre a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Distrito Federal (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2017 às 14h36.

Os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) tinham uma relação "íntima e delituosa", afirma o juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Oliveira, em decisão que mandou prender preventivamente os peemedebistas, no âmbito da Operação Manus, desdobramento da Lava Jato, nesta terça-feira, 6.

A Procuradoria da República no Rio Grande do Norte também integra a Operação Manus e investiga fraudes de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas para a Copa 14 - aqui, também, Henrique Alves, ex-ministro do Turismo nos governos Dilma e Temer.

A ação, executada em parceria entre a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Distrito Federal, apura irregularidades que teriam sido cometidas pelo grupo liderado pelo ex-presidente da Cãmara Eduardo Cunha nas vice-presidências de Fundos e Loterias e Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal (CEF).

A Procuradoria da República no Rio Grande do Norte também integra a Operação Manus e investiga fraudes de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas para a Copa 14 - aqui, também, Henrique Alves está sob suspeita de receber propinas das empreiteiras OAS e Odebrecht na campanha eleitoral daquele ano, quando concorreu ao governo do Estado.

O juiz federal em Brasília Vallisney de Oliveira narra que, apesar de não poder ser considerado como "mentor ou participante direto junto às empresas", o ex-ministro do Turismo foi beneficiário de "valores ilícitos" de operações do FI-FGTS.

Segundo a Procuradoria, ele teria emprestado contas no exterior a Eduardo Cunha para receber propinas da Carioca Engenharia.

"Segundo a presente cautelar, sua ligação nas apontadas irregularidades com Eduardo Cunha é muito próxima, podendo ter havido uma combinação forte entre ambos dos valores que foram pagos pelas empresas que fizeram operação no FI-FGTS, principalmente a Carioca Engenharia, de Ricardo Pernambuco, que fez diversos depósitos para contas que têm como beneficiários Henrique Alves a pedido de Cunha e de valores muito expressivos", anota o magistrado.

Defesa de Henrique Eduardo Alves

O defensor do ex-presidente da Câmara foi procurado pela reportagem, mas não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.

Defesa de Eduardo Cunha

"É inequívoco que não há qualquer contemporaneidade os fatos da investigação com a decretação da medida cautelar dessa gravidade. Isso expõe as vísceras de uma estratégia que tem sido adotada na Lava Jato e replicada pelos estados de se utilizar de uma pirotecnia para expor investigados e pressioná-los contra a sociedade. Lamentável esse abuso na utilização da prisão preventiva como forma de instrumento de investigação primário, e não como última opção".

Acompanhe tudo sobre:Eduardo CunhaHenrique AlvesLavagem de dinheiroOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso