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Joesley e Saud vão ao IML para fazer exame de corpo de delito

Do IML, eles retornarão à Superintendência da PF, onde devem ficar até a próxima sexta-feira (15), quando termina o prazo da prisão temporária

Joesley: o empresário chegou à capital federal por volta das 15h30 (Rovena Rosa/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 18h14.

Os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud deixaram há pouco a sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília com destino ao Instituto Médico Legal, onde farão exame de corpo de delito.

Eles chegaram à capital federal por volta das 15h30, cumpriram os procedimentos burocráticos na sede do órgão e até entraram nas celas que irão ocupar.

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A defesa dos executivos chegou a cogitar a dispensa do exame de corpo de delito e, para isso, assinaria declarações dizendo que eles estão em perfeita saúde, mas desistiu da ideia.

Do IML, eles retornarão à Superintendência da PF, onde devem ficar até a próxima sexta-feira (15), quando termina o prazo da prisão temporária decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Procuradoria-Geral da República (PGR), porém, pode solicitar a conversão para prisão preventiva, quando não há um prazo máximo para término.

O advogado que assumiu a defesa de Joesley e Saud, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, chegou à PF às 16h30 e foi reconhecido pelos nove manifestantes que protestam desde o início da tarde no local.

Com bandeiras do Brasil e camisetas de apoio ao juiz federal Sérgio Moro, eles gritaram palavras de ordem e xingamentos contra o advogado.

"Kakay, vai salvar bandido com dinheiro do povo? O dinheiro que ele vai te pagar que o que ele roubou do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]", disse um dos manifestantes mais exaltados.

Os executivos, responsáveis pela reviravolta na delação premiada da J&F foram trazidos a Brasília após se entregarem, no início da tarde de ontem (10), à PF em São Paulo.

No pedido de prisão temporária feito ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que os colaboradores esconderam do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos de delação premiada.

A conclusão de que os delatores omitiram informações passou a ser investigada pela PGR a partir de gravações entregues pelos próprios colaboradores como complemento do acordo.

Há uma semana, um áudio de quatro horas contendo um diálogo entre os dois colocou em xeque os benefícios da colaboração dos executivos.

Operação

Hoje, mais cedo, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços dos executivos, na sede da J&F em São Paulo e na casa do ex-procurador da República Marcelo Miller, no Rio de Janeiro.

A PGR também pediu a prisão de Miller, mas Fachin disse que não há elemento indiciário com a consistência necessária à decretação da prisão temporária.

Fachin havia determinado que o cumprimento dos mandados ocorresse com a "máxima discrição e com a menor ostensividade", evitando o uso de algemas, pois não se trata de pessoas perigosas.

Ao desembarcar no Aeroporto de Brasília, Joesley Batista vestia uma camiseta branca, não usava algemas e segurava um terço em uma das mãos.

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