O MRE afirma que o Senado "agiu dentro das suas prerrogativas constitucionais e em consonância com o princípio da independência de Poderes consagrada pela Constituição brasileira" (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2015 às 14h24.
Brasília - O Itamaraty divulgou nesta terça-feira, 9, uma nota em que lamenta a decisão do governo da Turquia de chamar para consultas seu embaixador no Brasil, Hüseyin Diriöz, depois de o Senado brasileiro ter aprovado um voto de solidariedade ao povo armênio pelas mortes ocorridas durante a primeira guerra mundial.
No texto, o Ministério das Relações Exteriores ainda critica o tom do texto divulgado à imprensa pela Chancelaria Turca.
A moção foi aprovada na semana passada com a assinatura de 55 senadores e diz que o texto é uma "homenagem às vítimas e reconhece a contribuição para a formação econômica, social e cultural do Brasil de milhares de brasileiros descendentes de refugiados" no centenário das mortes, classificadas de genocídio pelos armênios. A Turquia reconhece as mortes, mas rejeita a classificação.
De acordo com o Itamaraty, no dia 1º de junho o embaixador turco foi chamado para uma conversa com o secretário-geral do MRE, Sérgio Danese, onde teria recebido "amplas explicações sobre os procedimentos então em curso no Senado, sobre o sentido do Requerimento e sobre a tradicional posição do Brasil na matéria, que permanece inalterada. As mesmas explicações foram transmitidas pelo Secretário-Geral ao Embaixador da Armênia", diz o texto.
O Ministério explica, ainda, que o Senado "agiu dentro das suas prerrogativas constitucionais e em consonância com o princípio da independência de Poderes consagrada pela Constituição brasileira".
Em sua nota, a chancelaria turca afirma que a resolução do Senado "distorce verdades históricas e ignora a lei", classificando ainda o texto de "irresponsável".