“Intolerantes gays querem cassar meu registro”, diz Malafaia
Malafaia corre o risco de ter registro no Conselho Federal de Psicologia cassado. Ele promete processar site Avaaz, onde existe petição contra ele, e o coordenador Pedro Abramovay
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 15h28.
São Paulo – Desde a entrevista que deu para o programa da jornalista Marília Gabriela, na qual discorreu sobre homossexualidade e na sua crença de que gays podem ser convertidos, o pastor e também psicólogo Silas Malafaia não sai do foco de polêmicas.
No início do mês, foi criado um abaixo-assinado no site Avaaz - o mesmo que sustentou a petição contra Renan Calheiros - pedindo a cassação do registro profissional do pastor no Conselho Federal de Psicologia.
Pouco tempo depois, outra petição online foi criada, desta vez apoiando Malafaia. Esta, no entanto, ao superar o número de assinaturas do abaixo-assinado contrário ao pastor, foi retirada do ar pelo próprio Avaaz.
Malafaia partiu para a ação contra a rede de mobilização social. Chamou o site de parcial e safado, dizendo que a retirada da sua petição é uma piada! Coisa de safados inescrupulosos. Para o religioso, há uma guerra entre o povo evangélico e os ativistas da causa gay.
A EXAME.com, Malafaia afirmou que entrará com um processo judicial contra o Avaaz e o coordenador de campanha do site, Pedro Abramovay, ex-secretário Nacional de Justiça.
Abramovay, em entrevista à Folha de S. Paulo, declarou que "estamos muito orgulhosos dessa decisão democrática para rejeitar este tipo de lobby para continuar práticas homofóbicas.
"Ele me chamou de homofóbico e agora vai ter que provar. Quando é que eu mandei matar ou bater em homossexual? O site Avaaz está perdendo a credibilidade porque fica à mercê de quem dirige. Todo mundo sabe que o Abramovay é petista e o partido tem bronca de mim", afirma Malafaia.
Ele também trouxe críticas e protestos em sua página no Twitter :
A organização se justifica afirmando que o abaixo-assinado foi rejeitado pela maioria da comunidade Avaaz, composta de mais de 18 milhões de pessoas.
Segundo o chefe de comunicação do site, João Paulo Charleaux, a decisão foi democrática: O que as pessoas precisam entender é que não foi uma opinião de uma pessoa só, mas de milhões de membros que entenderam o abaixo-assinado como diferente dos valores e missões da Avaaz, disse.
Conselho Federal de Psicologia
Na página que ainda está no ar no site Avaaz, explica-se que, desde 1999, uma resolução do Conselho Federal de Psicologia estabelece que homossexualidade não é doença e impede que psicólogos colaborem com eventos ou serviços que proponham tratamento e cura para homossexualidade.
A resolução também impede que psicólogos se pronunciem em meios de comunicação em massa afirmando que gays são portadores de qualquer desordem psíquica.
Por conta das declarações de Malafaia durante entrevista com Marília Gabriela, o pastor passa por investigação sigilosa do conselho. Silas Malafaia afirma que o CFP foi ideologizado por essa esquerda medíocre a favor da causa gay. O Conselho Federal está a serviço dos ativistas gays.
Em sua defesa, Malafaia afirma que nunca se apresenta como pastor, mas sim como religioso. E questiona: O que o Conselho tem a ver com as minhas posições de pastor? A Constituição garante meu direito de opinião.
Procurado, o Conselho Regional carioca (Malafaia é formado na Gama Filho, no Rio de Janeiro), afirmou que não se posiciona em relação ao pastor, mas vai divulgar uma nota mais geral discorrendo sobre psicologia laica.
Confira vídeo de Silas Malafaia, postado em seu blog, em resposta ao Conselho Federal de Psicologia: