Uma longa lista de intelectuais, artistas e políticos portugueses de diferentes ideologias assinaram um manifesto que pede a derrota eleitoral de Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de outubro de 2018 às 12h51.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 12h56.
Lisboa - Uma longa lista de intelectuais, artistas e políticos portugueses de diferentes ideologias assinaram um manifesto que pede a derrota eleitoral do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, no segundo turno das eleições presidenciais do Brasil.
Com o título "Solidariedade com a democracia e com os democratas do Brasil", o texto denuncia que Bolsonaro "promove o elogio da tortura e da ditadura, que propõe a discriminação das mulheres e o desprezo pelos pobres, representando uma cultura de ódio".
"Contra ele, quem assina este apelo manifesta a sua solidariedade com a democracia e com os direitos sociais do povo brasileiro", acrescenta o texto.
"Temos consciência de que vivemos tempos de ameaças sinistras e riscos de regressões civilizacionais. É por isso mesmo que valorizamos o campo da liberdade e da igualdade e apelamos à derrota de Bolsonaro", conclui o texto.
Entre os apoiadores do texto estão o ex-primeiro-ministro conservador Francisco Pinto Balsemão, o professor e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros (equivalente ao ministro das Relações Exteriores) Diogo Freitas do Amaral, a política socialista Ana Catarina Mendes, o sociólogo e ex-líder sindical Manuel Carvalho da Silva e o jogador de futebol Helder Costa, atacante do Wolverhampton.
Do mundo da cultura, entre outros, estão o cineasta António Pedro Vasconcelos, os escritores José Carlos Vasconcelos, Sérgio Godinho, Walter Hugo Mãe, Lídia Jorge e Ana Luísa Amaral, a jornalista Pilar do Río - viúva de José Saramago - e o historiador Manuel Loff.
"Somos de tendências diferentes, nenhum vai mudar de ideologia, mas temos em comum a defesa da democracia e do Estado de Direito, e nisso estamos juntos", comentou Diogo Freitas do Amaral ao jornal português "Público".
O ex-ministro alertou para o forte "risco" de eleger Bolsonaro, "um presidente de extrema-direita, tipicamente fascista, que mais tarde ou mais cedo colocará em perigo a democracia, o Estado de Direito e as liberdades fundamentais".