Indústria de carne descarta caso de vaca louca no País
Associação garante que fiscalização rigorosa impede que haja animais contaminados no país
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2010 às 13h29.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou hoje que não há casos de vaca louca no País e dificilmente a doença será detectada tendo em vista o rigoroso padrão adotado na produção nacional.
O presidente da entidade, Antonio Jorge Camardelli, comentou a notícia de que em Campinas (SP) um caso está sendo investigado por suspeita de Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), cuja causa provável é a ingestão de carne contaminada pela encefalopatia espongiforme bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca.
"O Brasil nunca teve e dificilmente terá casos de vaca louca. Isso porque existe um controle extremamente rígido tanto na produção de carne quanto no risco e diagnóstico da doença", afirmou o executivo à Agência Estado.
"Essa é uma citação pontual e ainda precipitada, pois é uma notificação de suspeita e investigações ainda estão sendo feitas. De qualquer forma temos segurança de que essa notícia não tem nada a ver com o sistema de produção de carnes e, portanto, nada afeta na indústria", completou.
A Vigilância Municipal da Saúde de Campinas informou, por meio de nota oficial, que foi notificada no dia 12 de novembro sobre o caso suspeito, tratado com sigilo, e que não há transmissão da doença no Brasil. O paciente internado é médico e, segundo informações extraoficiais, esteve na Europa.
O Hospital Beneficência Portuguesa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a doença neurológica não está confirmada e que o caso está sendo investigado.
Camardelli, da Abiec, ressaltou que o governo brasileiro tem um sistema de fiscalização "profissional e estruturado" para evitar o surgimento da doença no País. A inserção de ração para bovinos com ingredientes de origem animal, principal fonte de transmissão da EBB é proibida pela Instrução Normativa nº 08/2004, do Ministério, e pela Lei Estadual nº 3.823/09 e desde 2006 o ministério proibiu o uso da proteína e da farinha de carne e ossos proveniente de ruminantes na alimentação desses animais como forma de evitar a aparição da doença.
"Nos frigoríficos com inspeção federal e que são associados à Abiec existe a obrigatoriedade da destruição de material de risco. Inclusive a destruição é controlada, pois tem que seguir regras do trinômio: temperatura, tempo e pressão", explica o presidente da entidade.