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Impasse com PMDB faz Dilma adiar anúncio de reforma

O governo anunciou que adiou para a semana que vem o anúncio da reforma administrativa, previsto para essa semana


	Imagem do Palácio do Planalto, em Brasília
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Imagem do Palácio do Planalto, em Brasília (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 20h58.

Brasília - O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira o adiamento para a semana que vem do anúncio da reforma administrativa, previsto para essa semana, depois que um impasse com o PMDB da Câmara impediu que a presidente Dilma Rousseff fechasse a redistribuição dos ministérios.

Em nota, o governo informou que a presidente está fazendo um “proveitoso diálogo” com os partidos aliados e que lideranças pediram o adiamento “para que mais consultas possam ser realizadas”. 

No dia 15 deste mês, depois de uma cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma havia prometido que entregaria a reforma até esta semana, antes de embarcar para Nova York, onde participa da abertura da 70ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O desenho das mudanças administrativas estava basicamente fechado até começar a crise com o PMDB, maior aliado e partido do vice-presidente da República Michel Temer.

Dilma procurou o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e ofereceu duas vagas: Saúde e um outro ministério que, no entendimento do governo, seria a manutenção do Turismo com Henrique Eduardo Alves.

Duas outras pastas ficariam com a bancada do partido no Senado e uma quinta, o Ministério da Infraestrutura, que uniria Aviação Civil e Portos, seria entregue a Eliseu Padilha, homem de confiança de Temer e com quem a presidente tem um bom relacionamento. No entanto, Picciani reivindicou não apenas a Saúde, mas a pasta de Infraestrutura a ser criada.

Ao ser informado que a presidente planejava manter Portos e Aviação Civil separados para contemplar o filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Helder, que perderia o Ministério da Pesca, o líder do PMDB ameaçou reunir a bancada e retirar o apoio se os deputados não recebessem outro ministério, já que Alves, apesar de ter apoio de boa parte dos deputados peemedebistas, não é do grupo de Picciani, explicou à Reuters uma fonte ligada ao partido.

Na noite de quarta-feira, depois de uma longa sessão de reuniões na Vice-Presidência, parte do PMDB mais próxima a Temer havia fechado questão nos nomes atuais.

Em vez de cinco, o partido ficaria com seis ministérios, como o próprio vice-presidente chegou a confirmar, mantendo assim o mesmo número de ministérios que tem atualmente.

Os titulares de Turismo e Saúde seriam indicados pela Câmara, as pastas de Agricultura, com a atual ministra Kátia Abreu, e Minas e Energia, que se manteria com Eduardo Braga, seriam da bancada no Senado, além de Aviação Civil e Portos.

De acordo com fontes ligadas a Temer, o vice-presidente chegou a considerar pacificada a distribuição de cargos.

Hoje, no final da manhã, depois de receber o recado de Picciani, Dilma chamou Temer para informá-lo que, devido ao impasse e a necessidade de conversar mais com o PMDB, o anúncio da reforma será feito apenas na semana que vem.

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