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Haddad diz que Dirceu não terá papel nenhum em seu eventual governo

Ex-prefeito de São Paulo também foi confrontado sobre a participação de outras duas figuras importantes em um eventual governo: Lula e Dilma

Haddad afirmou que José Dirceu não terá papel "nenhum" no seu governo, caso seja eleito (Vagner Rosário/VEJA)

Haddad afirmou que José Dirceu não terá papel "nenhum" no seu governo, caso seja eleito (Vagner Rosário/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 11h17.

São Paulo - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou que José Dirceu não terá papel "nenhum" no seu governo, caso seja eleito. Haddad foi questionado, durante entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, sobre declarações recentes do ex-ministro da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação a "tomar o poder" e enquadrar o STF. "Aí você entrevista o Zé Dirceu", respondeu.

O ex-prefeito de São Paulo também foi confrontado sobre a participação de outras duas figuras importantes do PT em um eventual governo: Lula e Dilma Rousseff. Sobre o ex-presidente, Haddad disse que Lula é, em sua opinião, o "maior estadista" que o País já teve. "Sempre que puder, será ouvido como uma voz muito importante no País. Mas o presidente será Fernando Haddad", afirmou, dizendo esperar que Lula seja absolvido nas instâncias superiores da Justiça.

Em relação a Dilma, que pode ser eleita senadora por Minas Gerais, o candidato do PT disse que a ex-presidente será ouvida, assim como todo o Congresso. "Você tem 81 senadores e todos serão ouvidos. Mas ela é do meu partido e, evidentemente, será ouvida", disse, aproveitando para pregar o diálogo com os parlamentares e criticar Jair Bolsonaro, candidato do PSL.

"O que não pode é fechar o Congresso, aprovar uma Constituição e colocar em referendo sem o Congresso, como quer o Bolsonaro. O Congresso tem que ser ouvido", continuou o ex-prefeito de São Paulo.

Na entrevista, Haddad teceu diversas outras críticas ao candidato do PSL e voltou a comparar sua campanha com o nazismo. "Na Alemanha nazista e na Itália fascista também votaram em pessoas parecidas com ele, que cortaram direitos e pregavam o armamentismo", afirmou, dizendo que isso gerou intolerância contra minorias, "assim como prega Bolsonaro". "O número de homicídios no Brasil bateu recordes em 2017 justamente no momento que surge uma figura como ele. Não é por acaso".

O petista também afirmou que Bolsonaro tem feito uma campanha mentirosa, sobretudo por meio do Whatsapp. "Não sei se você acompanha o que ocorre no Whatsapp. Se estiver, verá a baixaria que a campanha de Bolsonaro está fazendo. São milhões de mensagens mentirosas todos os dias. Já conseguimos que algumas fossem retiradas. Mas é muito difícil. Twitter eFacebook são públicos. Mas no Whatsapp, não é assim", disse.

"Então, se receber mensagem mentirosa anônima, ligue para nós e denuncie. Ele (Bolsonaro) está falando mentiras sobre a família, sobre as escolas, sobre as professoras, dizendo que elas ensinam sexualidade a crianças muito pequenas. Não deixe prosperar as mentiras de Bolsonaro", pediu Haddad. "Se ele fosse valente, como diz que é, enfrentaria olho no olho, não no Whatsapp. Isso é coisa de covarde", afirmou.

Ao ser perguntado sobre a posição do PT em relação à Venezuela, Haddad disse apenas que, ao contrário de outros partidos e candidatos, não acha que "devemos entrar em guerra com nossos vizinhos". "É um erro. O Brasil, no meu governo, não vai arrumar atrito com nenhum vizinho. Não teremos discurso de guerra, belicoso. Vamos mediar conflitos".

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