Guerra por controle de hospitais envolve até suborno
Assessor do ministro Alexandre Padilha caiu depois de receber 200.000 reais. Ele agora acusa deputados de alimentarem esquema de corrupção
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2012 às 15h57.
São Paulo - A edição de VEJA que chega às bancas neste fim de semana mostra como a disputa política pelo comando de hospitais federais motivou jogadas sórdidas envolvendo deputados federais e um aliado fiel do ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha. Com pano de fundo, a velha disputa de espaço entre PT e PMDB.
O aliado do ministro é Edson Pereira de Oliveira, que acompanha Padilha há duas décadas. Em dezembro, ele deixou o cargo de assessor especial do ministro alegando razões pessoais, mas a verdade é que caiu por causa da pressão de parlamentares fluminenses.
Oliveira poderia ter resistido se não fosse por um detalhe: havia recebido 200.000 reais de propina, transferidos em depósitos separados, de emissários de um grupo suspeito de desvios milionários em hospitais do Rio. O suborno foi pago a Edson para que o bando continuasse com um canal aberto junto ao ministério.
Os depósitos bancários comprovam que os pagamentos foram feitos em junho de 2011. Entre os depositantes, estão empregados de uma empresa farmacêutica que recebeu 3,8 milhões de reais da União desde 2009 - parte deles graças a contratos com hospitais universitários do Rio de Janeiro.
Os 200.000 reais cobriram uma dívida de campanha de Edson, que havia concorrido nas eleições municipais de 2008. VEJA localizou Valsido de Souza, um dos laranjas usados por Oliveira para receber o pagamento. Ele confirma: "Eu recebi para pagar a dívida de campanha dele".
Acusação
Edson Pereira de Oliveira contra-ataca: ouvido por VEJA, diz que recebeu o dinheiro porque caiu em uma "armadilha" e acusa deputados de pedirem 350.000 reais por mês para manter a máquina funcionando.
O nome dos parlamentares supostamente envolvidos: Áureo (PRTB), Marcelo Matos (PDT), Cristiano (PTdoB) e Nelson Bornier (PMDB), todos da bancada fluminense.
O grupo é que teria intermediado o pagamento dos 200.000 a Edson Pereira de Oliveira. "Os caras queriam manter no governo Dilma o mesmo esquem de desvios de recursos que havia antes", relata o ex-assessor.
Segundo Edson Pereira, o ministro Padilha não foi informado sobre o pagamento de 200 000 nem sobre as chantagens. Os deputados negam as acusações.
São Paulo - A edição de VEJA que chega às bancas neste fim de semana mostra como a disputa política pelo comando de hospitais federais motivou jogadas sórdidas envolvendo deputados federais e um aliado fiel do ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha. Com pano de fundo, a velha disputa de espaço entre PT e PMDB.
O aliado do ministro é Edson Pereira de Oliveira, que acompanha Padilha há duas décadas. Em dezembro, ele deixou o cargo de assessor especial do ministro alegando razões pessoais, mas a verdade é que caiu por causa da pressão de parlamentares fluminenses.
Oliveira poderia ter resistido se não fosse por um detalhe: havia recebido 200.000 reais de propina, transferidos em depósitos separados, de emissários de um grupo suspeito de desvios milionários em hospitais do Rio. O suborno foi pago a Edson para que o bando continuasse com um canal aberto junto ao ministério.
Os depósitos bancários comprovam que os pagamentos foram feitos em junho de 2011. Entre os depositantes, estão empregados de uma empresa farmacêutica que recebeu 3,8 milhões de reais da União desde 2009 - parte deles graças a contratos com hospitais universitários do Rio de Janeiro.
Os 200.000 reais cobriram uma dívida de campanha de Edson, que havia concorrido nas eleições municipais de 2008. VEJA localizou Valsido de Souza, um dos laranjas usados por Oliveira para receber o pagamento. Ele confirma: "Eu recebi para pagar a dívida de campanha dele".
Acusação
Edson Pereira de Oliveira contra-ataca: ouvido por VEJA, diz que recebeu o dinheiro porque caiu em uma "armadilha" e acusa deputados de pedirem 350.000 reais por mês para manter a máquina funcionando.
O nome dos parlamentares supostamente envolvidos: Áureo (PRTB), Marcelo Matos (PDT), Cristiano (PTdoB) e Nelson Bornier (PMDB), todos da bancada fluminense.
O grupo é que teria intermediado o pagamento dos 200.000 a Edson Pereira de Oliveira. "Os caras queriam manter no governo Dilma o mesmo esquem de desvios de recursos que havia antes", relata o ex-assessor.
Segundo Edson Pereira, o ministro Padilha não foi informado sobre o pagamento de 200 000 nem sobre as chantagens. Os deputados negam as acusações.