Marco do Saneamento: A revogação dos dois atos na sua integralidade atende os partidos da oposição no Congresso (Dipayan Bose/NurPhoto/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 12 de julho de 2023 às 08h32.
Última atualização em 12 de julho de 2023 às 08h32.
O governo costurou com o Senado uma saída honrosa para o impasse em torno do Marco Legal do Saneamento Básico. Na reunião de líderes de terça-feira, 11, ficou acertado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai revogar os dois decretos publicados em abril deste ano que flexibilizam a legislação ao permitir que companhias deficitárias e que não se adaptarem às novas regras continuem prestando o serviço, sem licitação.
A revogação dos dois atos na sua integralidade atende os partidos da oposição no Congresso. Especialistas, como o economista Claudio Frischtak da Consultoria Inter.B, também defendem que essa é a melhor solução.
Contudo, será editado um decreto que permite às companhias estaduais continuarem prestando o serviço sem licitação, desde que elas se reestruturem e comprovem até dezembro de 2025 a capacidade de fazer investimentos. A meta de universalização dos serviços de água potável e tratamento de esgoto em 2033 ficou mantida.
Companhias municipais também poderão prestar o serviço, sem licitação, desde que elas façam parte da estrutura administrativa da prefeitura. Também será permitida a prestação direta do serviço por uma empresa a vários municípios que façam parte de um mesmo bloco metropolitano se houver uma previsão legal, uma lei estadual.
Segundo técnicos do Ministério das Cidades, a pasta manteve o principal objetivo, que é garantir a continuidade da prestação do serviço à população e evitar que vários municípios que não adaptarem à legislação fiquem impedidos de receber recursos públicos.
Diante do acordo, o projeto de iniciativa do Legislativo que previa derrubar vários trechos dos decretos editados em abril foi retirado da pauta do Senado. Os parlamentares esperam agora a publicação dos dois decretos no Diário Oficial da União. Os textos estão sendo finalizados pelo Ministério das Cidades.