Governo escolhe nome do Centrão para chefiar fundo de R$ 54 bi da educação
Marcelo Lopes, ligado ao PP, é o sétimo nome indicado pelo centrão a obter um cargo no governo
Reuters
Publicado em 1 de junho de 2020 às 09h52.
Última atualização em 1 de junho de 2020 às 09h59.
O governo do presidente Jair Bolsonaro cedeu mais uma vez e entregou para o centrão a presidência do Fundo Nacional da Educação (FNDE), com a nomeação do chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PI) presidente do PP, para o cargo.
A nomeação de Marcelo Lopes da Ponte saiu nesta segunda-feira no Diário Oficial. O FNDE, um dos cargos mais cobiçados pelo centrão, tem um orçamento este ano de 54 bilhões de reais e é responsável por programas que cuidam de livros didáticos, merenda escolar, e também por construções de creches e compra de equipamentos para escolas.
Nogueira, hoje um dos principais expoentes do centrão, tem coordenado com o Palácio do Planalto as indicações do bloco para cargos no governo.
O senador é um dos denunciados na operação Lava Jato, acusado de ter pedido recursos à Odebrecht para suas campanhas eleitorais e do PP em 2010 e 2014, em valores que chegariam a 7 milhões de reais.
Dentro da Lava Jato, o PP foi um dos principais partidos envolvidos em desvio de recursos da Petrobras, ao ponto de parte da investigação ter ganho o apelido de “quadrilhão do PP”, dada a quantidade de parlamentares da legenda denunciados.
Lopes é o sétimo nome indicado pelo centrão a obter um cargo no governo.
Até agora, além do PSD, Avante, PSC, Republicanos e PL, já foram beneficiados diretamente com cargos em postos de segundo e terceiro escalão, mas que controlam orçamentos expressivos, como a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), o Departamento de Obras Contra a Seca (DNOCS) e o próprio FNDE.
Mais notícias sobre o governo Bolsonaro
Bolsonaro anda a cavalo para cumprimentar apoiadores em Brasília
MP pede que recomendação do governo sobre cloroquina seja suspensa
Datafolha: 67% reprovam negociação de cargos do governo com Congresso
Plano de retomada de Guedes será centrado na agenda de reformas